O governador do Maranhão, Flávio Dino, conversou com o Diário do Centro do Mundo, nesta segunda-feira (21). A entrevista foi transmitida no YouTube. O nome do político tem sido comentado nos últimos dias depois de anunciar sua saída do PCdoB e filiação no PSB. Segundo Dino, a mudança é uma tendência com a diminuição do número de partidos que deve ocorrer no país e a formação de uma frente mais forte para enfrentamento do presidente da Repúblicam Jair Bolsonaro (sem partido)m nas Eleições de 2022.
Presidente nas eleições
Para Dino, Bolsonaro não é um nome descartável para o pleito do ano que vem. Ainda segundo o político, o presidente já usa a máquina administrativa para fazer campanha antecipada. "Eu acho que é um desafio enorme, porque ele [Bolsonaro] estará na máquina, tá no poder e usa abertamente as estruturas de poder, principalmente, para cooptação política. Faz isso com desassombro e com poucas respostas. Você vê que ele tá em campanha. Essas viagens dele, tirando aquela que ele inaugurou uma ponte de madeira, acho que a viagem ficou mais cara que a ponte de madeira, tirando essa, o resto não tem nada.
Os discursos dele não são discursos administrativos das ações de Governo, até porque não tem. O discurso dele é só campanha, eleição, propaganda eleitoral dele ou propaganda eleitoral negativa de adversários. Isso é um escândalo jurídico. E agora, finalmente, a procuradoria eleitoral entrou com um processo no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Finalmente, porque isso já vem de vários meses. Nós próprios já entramos com representação aqui. Ano passado, ele veio fazer campanha no Maranhão e esse ano de novo. Campanha em eventos que ele discursa, falando de eleição em evento oficial pago com dinheiro público. Ele não pode fazer isso. Por aí, a gente vê que ele é um cara sem limites. Então, acho que a eleição vai ser muito complicada", opinou.
Voto impresso
Discute-se em Brasília, em especial na ala bolsonarista, a exigência do voto impresso para as eleições de 2022. De acordo com Flávio Dino, isso já é uma desculpa que o presidente quer arrumar para uma eventual derrota nas urnas. "Eu acho que fosse uma coisa assim 2%, 3%, 4% ou 5% poderia até fazer. Agora, você retroceder ao voto escrito 100% das urnas. Isso vai gerar um tumulto e sem base objetiva. É curioso que Bolsonaro se elegeu 30 anos nesse sistema. Agora que não serve? Eu acho que é muito oportunismo e desejo de preparar um golpe de estado. Importante colocar as coisas assim como de fato elas são. O Bolsonaro quer criar um ambiente de uma eleição conflagrada. Ele não quer uma eleição, Bolsonaro quer uma guerra civil", alertou.