Marcelo Freixo foi um dos nomes mais comentados na política esta semana. Ele anunciou sua saída do PSOL, após dezesseis anos de militância no partido. Agora ele faz parte do quadro do PSB. O seu nome é cotado para concorrer ao cargo de governador do Rio de Janeiro nas Eleições de 2022.

Neste sábado, Freixo foi convidado do quadro GPS Político, da comentarista política Gabriela Prioli. O bate papo foi transmitido no YouTube.

Ideologia

No início da entrevista, a comentarista pergunta em qual régua do espectro político o convidado se enquadra. Marcelo Freixo afirmou que está entre a extrema-esquerda e a social democracia.

"Eu acho que entre a social democracia e a extrema-esquerda há uma distância muito grande. Mas, claro que dependendo de cada leitura, de cada olhar, tem significados diferentes. O que parte da sociedade entende de extrema-esquerda pode não ser algo vinculado a princípios, a opiniões e sim atitudes violentas, que eu não caracterizo assim, isso é outra coisa", disse.

"Eu sou uma pessoa de esquerda, eu tenho uma concepção de que o estado tem um papel muito importante no enfrentamento da desigualdade. Eu não sou favorável ao estado mínimo, ainda mais num país como o nosso. Eu acho que políticas públicas são fundamentais e claro que eu quero um estado eficiente. Como a social democracia brasileira ela se aproximou muito do discurso de estado mínimo, não dá pra eu estar ali numa social democracia, defesa de modelos de privatização que atenderam ao mercado e não a população foram defendidas pela social democracia brasileira.

Então, eu tô ali evidentemente numa posição a esquerda da social democracia, mas entendendo e defendendo políticas públicas de estado. Mas, longe de uma posição sectária, sem diálogo", explicou.

Democracia e Rio de Janeiro

Em um momento polarizado da política nacional, Freixo defende que os diferentes conversem para exercer o verdadeiro sentido da democracia.

"Isso não pode me impedir de conversar e de dialogar. Votar contra. Mas de ouvir. Eu tenho princípios muitos sólidos. Eu não tenho nenhum problema de conversar e nem nenhum problema de alguém poder mudar minha opinião sobre determinados assuntos. Que bom! Então, a gente precisa entender o que verdadeiramente a gente tá chamando de democracia quando vai falar de algo", disse.

O político que deve se candidatar a governador do Rio de Janeiro no pleito de 2022 mostra preocupação com o momento atual do estado.

"Eu tenho falado, o Rio de Janeiro, hoje, tá numa situação tão dramática. Sabe esse debate da Amazônia que a gente faz? Tá atingindo o ponto da curva que pode ser irreversível. Eu acho que o Rio tá atingindo o ponto da curva que pode ser irreversível. Se a gente não puder mudar a estrutura de poder e de diálogo do Rio de Janeiro pode ser irreversível. Mais quatro anos da milícia dominando o Rio de Janeiro pode ser irreversível", alertou.