O deputado federal Marcelo Freixo (RJ) entregou nesta sexta-feira (11) sua carta de desfiliação do PSOL. No final do mês, Freixo e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), irão para o PSB, por coincidência, no mesmo dia em que Freixo toma a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

No Rio de Janeiro, acompanharão Marcelo Freixo para o novo partido o deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), que tentará em 2022 se tornar deputado federal.

Debandada

Quem também trocou o PSOL pelo PSB foi Wesley Teixeira, o jovem negro e evangélico que o PSOL quase expulsou por ele ter recebido doação de Armínio Fraga para campanha para vereador em Duque de Caxias.

Também acompanhou Freixo na saída do PSOL Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, que foi assassinada junto com o motorista Anderson Gomes. Anielle é diretora da fundação que leva o nome de Marielle.

Lula

Sem compromissos com o PSOL, Marcelo Freixo se reuniu na quinta-feira (10) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e repete a dose nesta sexta.

Além de Lula, estiveram no encontro os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ) e a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR).

Marcelo Freixo permaneceu 16 anos no PSOL, estando no partido desde os primeiros momentos da legenda, em 2005.

Twitter

O deputado usou o Twitter para dizer que sua saída foi "longamente amadurecida" e que, apesar do fim do ciclo com o PSOL, irá seguir na mesma linha de defesa da democracia.

O político trocou o PSOL pelo PSB em busca de construir uma frente ampla de apoio à sua candidatura ao Governo do Rio de Janeiro no próximo ano.

Freixo declarou que em 2022 se trata de um "dever histórico" derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas urnas.

O parlamentar tem se destacado por ser um dos maiores oposicionistas ao presidente Bolsonaro na Câmara dos Deputados, onde é o líder da minoria.

Alianças

Marcelo Freixo declarou que as pesquisas deixam claro que, no momento atual, não há espaço para duas candidaturas do mesmo espectro ideológico, e que saiu do PSOL para ir para o PSB para construir uma rede de apoio na esquerda que espera contar tanto com Lula quanto com Ciro Gomes (PDT).

Freixo afirmou que a volta do ex-presidente petista ao jogo político mexeu com o cenário. Até mesmo nos estados.

No Rio de Janeiro, o PT desistiu de ter um candidato próprio para formar uma grande aliança com outros partidos de esquerda, disse o deputado que ainda afirmou que está conversando também com o PDT, mas depende do que será decidido no partido sobre a candidatura de Ciro Gomes à presidente da República.

Em entrevista à revista Veja, o pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro fez elogios a Ciro Gomes e afirmou que o pedetista é uma pessoa bem preparada com a qual mantém boas relações.