O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi entrevistado, nesta sexta-feira (28), na Rádio Tiradentes, do estado do Amazonas. Na conversa, assuntos relacionados ao cenário político atual. O petista tem intensificado as conversas com a imprensa após recuperar o direito de se candidatar. O ex-presidente e Jair Bolsonaro já polarizam as pesquisas eleitorais do pleito de 2022.

Governabilidade

Lula disse, na entrevista, que o Congresso Nacional representa a vontade do povo que precisa ser respeitada. "Não é possível você dizer que não gosta de política, que não conversa com político, que todo político é ladrão, que todo político não presta, porque o Congresso Nacional, no dia seguinte às Eleições, representa a casa do povo brasileiro do dia da eleição.

O estado psicológico do povo brasileiro é o Congresso Nacional logo após o dia da eleição", opinou.

O ex-presidente diz que é preciso conversar com os representantes das mais diversas ideologias, tanto da esquerda quanto da direita. "Você precisa conversar com todas as forças políticas vivas da nação, das pessoas que você gosta e que você não gosta. Das pessoas que você tem afinidade ideológica e pessoas que você não tem afinidade ideológica. Quando você coloca os interesses do povo brasileiro acima de qualquer coisa. Primeiro que não é possível governar o país sozinho. Não é possível você fazer as mudanças que o Brasil precisa para retomar o crescimento, o desenvolvimento, a geração de riqueza e distribuição de riqueza sozinho", explicou.

Encontro FHC

Nos últimos dias, repercutiu no mundo político a reunião dos ex-presidentes. O petista e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), apesar das diferenças ideológicas, fizeram um encontro respeitoso, de acordo com Lula. "Como eu sou uma pessoa que comecei minha vida política negociando no sindicato de São Bernardo [do Campo], em 1978, nas greves do ABC [Paulista].

Eu aprendi que é preciso você conviver democraticamente na diversidade (...) Com Fernando Henrique Cardoso, uma reunião para discutir a questão da democracia nesse país. Ele foi presidente e eu fui presidente. Nós éramos de partidos diferentes, mas éramos partidos civilizados. A gente disputava, brigava, discutia, divergia, mas a gente nunca saiu do campo da normalidade política", pontuou.

O petista criticou a postura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). "Hoje, nós temos um presidente que não discute, que não debate, só sabe falar palavrão, só sabe xingar e só sabe apelar aos milicianos para darem sustentação às coisas que ele anda fazendo", reclamou.