As crises em vários setores brasileiros e os constantes pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro considerados pela oposição como desfavoráveis à população culminou na presença de mais de 750 mil brasileiros nas ruas em atos de pedido de impeachment do chefe do Executivo.
O último sábado (19), foi marcado pelo registro de mais de 500 mil mortes decorrentes da Covid-19 desde o início da pandemia. Essa macabra marca foi ressaltada pela população que foi as ruas em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal, manifestando sua insatisfação com o governo Bolsonaro.
Frota e Hasselmann pedem o impeachment de Bolsonaro
Presidentes do Cidadania, PC do B, PSOL, PT, PDT, PSB, PV, UP e Rede têm liderado as discussões.
Ex-bolsonaristas como os deputados Joice Hasselmann (PSL) e Alexandre Frota (PSDB) aderiram ao pedido de impeachment, deixando claro seu arrependimento.
A articulação conjunta de partidos de esquerda e ex-aliados de Bolsonaro (sem partido) tem resultado na elaboração de um superpedido de impeachment apontando mais de 20 tipos de crime contra a lei de responsabilidade acumulados durante sua gestão até o presente momento.
A organização contou com a articulação de um grupo suprapartidário reunindo partidos de esquerda e ex-aliados de Bolsonaro, por este motivo o grupo acredita que o pedido tende a ganhar força.
Relatório revela infrações de Bolsonaro na lei 1.079/1950
Em uma versão recente do relatório, há a listagem de infrações dos dispositivos da lei de impeachment (1.079/1950).
Em abril, oposições a Bolsonaro iniciaram o plano de unificar todos os pedidos de impeachment protocolados na Câmara. Atualmente, 121 pedidos foram apresentados.
Entre os crimes listados está a sustentação aos atos de ameaças ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal), bem como as interferências nas Forças Armadas e a política considerada negacionista e genocida durante a pandemia, levando o Brasil a atingir infelizmente marca de mais de 500 mil mortos.
Correia intima Lira: 'coloca um pedido de impeachment para votação'
Na noite deste sábado, nas redes sociais, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) foi intimado pelo deputado federal Rogério Correia após lamentar as mortes de mais de 500 mil pessoas pelo coronavírus e suas variantes e afirmou que enquanto o presidente Bolsonaro estiver governando os dias de dor não terminarão.
Correia ainda destacou que milhares de pessoas foram às ruas pedindo a saída de Bolsonaro da cadeira da presidência.
Tem razão @ArthurLira_
E enquanto Bolsonaro estiver governando os dias de dor não terminarão. Coloca um pedido de impeachment para discussão e votação. Hoje milhares nas ruas pediram isto!
— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) June 20, 2021
Lira é responsável por analisar pedidos de impeachment de Bolsonaro
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deverá analisar monocraticamente a decisão de dar ou não sequência aos pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro.
Apesar de ser uma ação de sua responsabilidade, Lira não tem prazo para tomar tais decisões.
Se for dada sequência aos pedidos de impeachment, o caso será analisado por uma comissão especial e, posteriormente, pelo plenário da Câmara. Mas o Senado só autorizará a abertura do processo caso haja no mínimo 342 votos dos 513 deputados.
Com esse mínimo de votos Bolsonaro seria afastado até a conclusão do julgamento. No julgamento participariam os 81 senadores e, caso a votação resultasse em pelo menos 54 votos, então o presidente perderia o mandato.