O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sofreu até o momento a ação mais dura vinda da plataforma de vídeos YouTube. A rede social removeu na última quarta-feira (21) vídeos do canal do presidente. O motivo foi as repetidas violações cometidas pelo chefe do Executivo contra as regras da plataforma. Foram removidos 15 vídeos de Bolsonaro, sendo que 14 são as lives postadas pelo mandatário em sua conta na rede social.

Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro publicou os vídeos entre 2020 e 2021. Os vídeos foram derrubados por conterem conteúdo não verdadeiro e por violarem a política de informações médicas verdadeiras sobre a Covid-19.

Entre as 14 lives que serão retiradas do YouTube, estão as transmissões em que Bolsonaro fez no dia 6 de agosto de 2020, que contou com a presença do então ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, e a do dia 27 de agosto, em que ao lado do presidente da República estava a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

Em outra live, já em 2021, e posterior às novas determinações da plataforma, que foram colocadas em prática no mês de abril, Jair Bolsonaro falou diretamente do estado do Amazonas, no dia 27 de maio.

Nesse décimo quinto vídeo, o ocupante do Palácio da Alvorada repostou uma entrevista da médica oncologista Nise Yamaguchi em que ela recomendava ivermectina e cloroquina durante uma entrevista concedida à emissora CNN Brasil.

Os dois medicamentos estão entre aqueles que o YouTube proíbe que se diga que são eficazes contra a Covid-19, pois eles não têm comprovação científica de que surtem resultado contra o novo coronavírus.

A plataforma também não permite que se afirme que este tipo de medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19 possa também curar ou prevenir a doença e ainda é proibido afirmar que as máscaras não têm funcionalidade para evitar a propagação do Sars-Cov-2, afirmou a plataforma em nota enviada à coluna do jornalista Guilherme Amado no site Metrópoles.

Strike

A medida tomada pela plataforma é preocupante para o presidente Bolsonaro, pois provocou o que a empresa denominou de “alerta ao usuário”, o que quer dizer que o presidente foi avisado que desrespeitou uma das regras de utilização da empresa.

A próxima violação cometida por Bolsonaro fará com que ele sofra um “strike”, ou seja, ele ficará uma semana sem poder postar no canal. Jair Bolsonaro já teve outros vídeos removidos do YouTube, porém, isso aconteceu antes da nova política da empresa sobre informações médicas referentes à Covid-19, então elas não são contabilizadas como penalidades.