O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, confirmou na terça-feira (6), em uma audiência na Câmara dos Deputados, que se reuniu em 2020 com o filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o empresário Jair Renan Bolsonaro. Marinho afirmou que só descobriu que se tratava do filho caçula do mandatário quando foi apresentado a Jair Renan. O pedido para que Marinho se explicasse partiu do deputado federal Leo de Brito (PT-AC).

O ministro atendeu ao chamado da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para se explicar sobre o encontro. Como foi mostrado pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, quando ocorreu a reunião, a agenda pública do ministro continha apenas o nome de um assessor presidencial, e não mencionava o nome do filho de Jair Bolsonaro ou ainda outros empresários.

Segundo Rogério Marinho, o encontro foi pedido pelo próprio gabinete do presidente da República e foi apresentada na reunião com Jair Renan Bolsonaro uma "inovação tecnológica" na área de habitação. Foi aberto pela Polícia Federal (PF), a pedido do Ministério Público (MP), um inquérito para investigar a empresa que tem ligações com o filho do presidente da República.

A suspeita é que houve tráfico de influência.

Sem constrangimento

Rogério Marinho avaliou que a presença de Jair Renan Bolsonaro no encontro não foi motivo de constrangimento, pois ele teria entrado quieto e assim permaneceu por toda a reunião, disse Marinho, que não deu informações sobre os outros participantes no encontro.

O ministro Rogério Marinho se reuniu com os representantes da empresa Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, e a reunião teria sido intermediada por Jair Renan. Após a imprensa ter afirmado em março que o filho do presidente esteve na reunião, Jair Renan passou a ser investigado pela PF por, além de tráfico de influência, lavagem de dinheiro, pois teria ganhado um automóvel elétrico para promover o encontro da empresa com o Governo federal.

Em março, a imprensa informou que a Polícia Federal investiga o filho do presidente pelos supostos crimes de tráfico de influência e de lavagem de dinheiro, porque teria recebido um carro para intermediar a reunião de empresários com o governo federal.

O ministro do Desenvolvimento Regional estava evitando falar sobre o tema. Sua convocação se deu somente para falar sobre esse assunto. A fala de Marinho no início da reunião durou 52 minutos e ele não falou em nenhum momento sobre o encontro que teve com Jair Renan e os outros empresários.

O ministro falou sobre suas ações no comando da pasta e falou sobre carros-pipas, a transposição do Rio São Francisco entre outros assuntos do Ministério do Desenvolvimento Regional, até que o deputado Leo de Brito começasse a lhe fazer perguntas sobre a reunião.