O deputado Alexandre Leite (DEM-SP) apresentou relatório ao Conselho de Ética da Câmara.

Alexandre Leite propôs a cassação do mandato do deputado Boca Aberta (Pros-PR) em audiência na Comissão de Ética da Câmara dos deputados, na terça-feira (24).

O deputado Alexandre Leite é o relator do processo, e afirma que o deputado Boca Aberta comportou-se de forma inadequada e incompatível com o decoro parlamentar.

A manifestação do deputado Boca Aberta perante o colegiado, na qual poderá se defender, ficou marcada para a próxima sessão, que está prevista para ta próxima terça-feira (31).

Defesa será ouvida

No próximo conselho, previsto para a próxima terça-feira, o relatório terá de ser votado após ouvir a defesa do deputado.

Se o relatório for aprovado, a destituição do cargo de deputado será decidida pelo plenário da Câmara.

Boca Aberta responde à ação do conselho por invadir uma unidade médica, filmar o médico de plantão e compartilhar o vídeo nas redes sociais.

O primeiro julgamento

Em dezembro de 2019, o Conselho de Ética decidiu suspender o seu mandato por seis meses, mas Boca Aberta recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), argumentando que o relator Alexandre Leite se recusou a ouvir depoimentos de por ele indicadas.

Seu recurso foi julgado procedente, e o CCJ solicitou ao relator que ouvisse testemunhas e que fornecesse mais informações.

Das 6 testemunhas nomeadas pelo deputado Boca Aberta, 4 não compareceram e, portanto, não prestaram seus depoimentos.

Outras duas testemunharas que não presenciaram o incidente, porém, defendiam o comportamento do deputado Boca Aberta.

“A autopromoção, sob o pretexto de proteger a comunidade não melhora os serviços prestados à comunidade, nem contribui para melhorar a credibilidade do Congresso”, escreveu o relator.

O caso do deputado

O deputado Boca Aberta é acusado de ter entrado em uma unidade de Emergências de Londrina (UPA), na cidade de Londrina, no Paraná, em março de 2019.

Nesse momento ele entrou no hospital e soube que o médico de plantão estava na sala de descanso, e para lá se dirigiu. Acordou o profissional, e, depois de filmar, postou nas redes sociais.

Com tudo isso, além de o vídeo publicado ter sido editado, o deputado usou a imagem de um menor, que sequer estava no centro médico, por ocasião da filmagem. Em março de 2019, o deputado Boca Aberta foi acusado por ato semelhante, e considerado culpado.

Foi também condenado a 22 dias de prisão em regime semi-aberto, por perturbar a ordem pública, também em uma UPA de Londrina.

No ano de 2017, o então vereador Boca Aberta dirigiu-se a uma unidade médica, com a intenção de fiscalizar os profissionais da saúde, ocasião em que, sem nenhuma autorização, adentrou-se em áreas restritas, as quais também filmou.