Policiais militares começaram a se organizar para engrossar a manifestação do dia 7 de setembro em apoio ao presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido). Augusto Nascimento de Mello Araújo, um coronel da reserva da PM, fez a convocação a milhares de militares para participarem da manifestação pró-Bolsonaro por meio de um vídeo publicado nas redes sociais no último sábado (21). As informações são do site Terra.

O oficial da PM exerce a função de diretor-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), um dos principais pontos de distribuição de alimentos do Brasil.

A PM comunicou que a corregedoria irá analisar o conteúdo da publicação de Augusto Nascimento.

Rota

O coronel da reserva estava trajando a camisa preta da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), a divisão de elite da PM de São Paulo que o próprio oficial já comandou. Augusto Nascimento de Mello Araújo incentivou veteranos da corporação a participarem dos atos programados para o Dia da Independência. Ele fez a sugestão que os policiais fizessem a concentração em frente à sede do 1º Batalhão de Polícia de Choque, no centro da capital do estado, o mais tradicional dos batalhões da PM de São Paulo.

Mello Araújo pediu para que os policiais militares ajudassem o presidente Jair Bolsonaro e usou o comunismo como mote para tentar convencer os policiais a participarem do ato em defesa do presidente da República.

O ato está sendo organizado por apoiadores de Bolsonaro e parlamentares bolsonaristas que defendem atitudes antidemocráticas. Os objetivos das manifestações são, a destituição de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), a implementação do voto impresso – medida essa já derrotada no Congresso – e também intervenção militar das Forças Armadas.

No vídeo, foi citado pelo coronel o nome Força Pública antigo nome dado aos policiais até a década de 1970. Ele pediu que os policiais levassem bandeiras e símbolos de todas as unidades da Polícia Militar, e também faixas que apoiem o líder do Executivo. Segundo a declaração de Mello Araújo, a intenção é mostrar a força da PM paulista e mostrar que eles estão apoiando Bolsonaro.

Medo

A participação de PMs no radicalismo em defesa do presidente tem preocupado Oficiais das Forças Armadas, especialistas em Segurança Pública, e também governadores que têm o receio de perder o controle sobre a força policial dos estados. O coronel Augusto também declarou no vídeo que quer que os funcionários da Ceagesp também participem dos atos. O Governo de São Paulo foi procurado para comentar sobre o caso, mas não se pronunciou até a publicação da notícia. O coronel da reserva não quis comentar o assunto.