O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) concedeu entrevista para o historiador e comentarista político Marco Antonio Villa. O bate-papo foi veiculado nesta terça-feira (11), no canal de Villa no YouTube. Molon é líder da oposição na Câmara dos Deputados.
Jair Bolsonaro
Na pauta da entrevista, o ambiente político de Brasília. Para o deputado, o presidente da República trabalha num golpe de estado.
"A gente está com um presidente que está com o golpe em curso. O golpe já começou. O golpe já está em curso. Alguém que há um ano e meio das Eleições disse que se perder não vai reconhecer o resultado e diz que teve fraude na eleição que ele ganhou? A vontade que eu tenho é de perguntar para ele, se eu tivesse a oportunidade de estar com ele: 'foi você [Bolsonaro] que fraudou as eleições?' 'Foi você que contratou aquele hacker que diz que invadiu o TSE [Tribunal Superior Eleitoral]?' Porque, repare, se houve fraude e ele foi eleito. Então, a fraude foi a favor dele", reclamou.
O parlamentar é defensor do sistema eleitoral brasileiro.
"Um sistema que jamais houve um único caso de fraude comprovada nas urnas eletrônicas. Tem gente desconfiando do sistema. Está lançando suspeita sobre o sistema. Tem gente acreditando. Então, daqui para frente ele só vai piorar esse ambiente", afirma.
Impeachment do presidente
Molon é mais um que defende o afastamento de Bolsonaro da presidência da República. "E é preciso que quem tem responsabilidade impeça isso. Primeiro afastando. Ele deveria ter sido afastado. Eu já dei entrevista aqui para você e me lembro de você me perguntando: 'será que é melhor esperar para vê-lo sangrar e perder nas urnas?' Uma pessoa dessa é um perigo. Porque ele vai usar o poder para produzir o caos. Ele aposta no caos.
Nós não tivemos paz nesses dois anos e meio. O país precisa de paz para produzir, gerar emprego, para se organizar. É caos o tempo inteiro, briga, luta, guerra, acusação, o tempo inteiro esse negócio", argumentou.
Para o deputado, com Bolsonaro no comando do país, as eleições de 2022 está sob risco. "O afastamento dele é uma medida preventiva necessária para proteger a lisura das eleições. Para impedir que ele atrapalhe as eleições. Os riscos que as eleições correm, são os riscos causados por ele. Ele não quer o voto impresso para tornar a eleição mais segura, ele quer o voto impresso para tornar a eleição mais insegura. Ele não quer ordem. Ele quer o caos. Ele não quer hierarquia. Ele quer subversão da hierarquia. Por isso, ele é um péssimo militar. Por isso, ele foi praticamente expulso das Forças Armadas. Depois deram um jeitinho lá para ele não ser expulso", alfinetou.