Segundo o que foi publicado no Blog do Camarotti, coluna sobre política do jornalista Gerson Camarotti no site G1, de maneira reservada, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-GO), presidente do Senado, sinalizou que não irá prosseguir com pedidos de impeachment que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que vai apresentar contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Sem casualidade

Segundo um dos interlocutores do presidente do Senado, não existe quaisquer casualidades e não há nenhum fato objetivo nos argumentos que o líder do Executivo apresentou em uma mensagem publicada nas redes sociais no sábado (14).

Está escrito na Constituição que é de competência privativa do Senado, processar ministros do STF em situações que haja crimes de responsabilidade.

Gaveta

Um senador ligado a Pacheco lembrou que existem 17 pedidos de impedimento de ministros do Supremo. E que um possível novo pedido irá ter o mesmo destino, a gaveta, isso quer dizer que não irá prosperar sem que haja um fato objetivo.

Para interlocutores de Rodrigo Pacheco, a intenção de Bolsonaro com a manobra é apenas a de criar um “factóide” para dar munição para seus apoiadores mais radicalizados, principalmente após a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que foi determinada na última sexta-feira (13) por Alexandre de Moraes.

Reação

Como era de se esperar, a postagem de Bolsonaro pedindo o impeachment de dois ministros do Supremo foi criticada por parte dos senadores. Como por exemplo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado que publicou em sua conta no Twitter que a atitude do ocupante do Palácio da Alvorada não passa de um “arroubo autoritário”.

Rodrigues ainda sugeriu que Bolsonaro fosse trabalhar e citou os 14 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, o preço da gasolina, entre outros problemas que o país está passando.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) também usou a rede social do pássaro azul para responder ao mandatário. Tebet lembrou a Bolsonaro que o mesmo art.

52 citado por ele e que diz que o Senado é que é competente para julgar e processar ministros do STF, afirma também que é o Senado que tem a prerrogativa de julgar e processar o presidente da República.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), declarou que se trata de uma “cortina de fumaça” a atitude do presidente e ressaltou que os ministros do Supremo podem e devem sofrer investigação por fatos concretos, porém o pedido de Jair Messias Bolsonaro é apenas uma maneira de tentar esconder os vários crimes comuns e crimes de responsabilidade que estão sendo cometidos pelo próprio Bolsonaro, publicou Vieira também no Twitter.