O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou, na quarta-feira (18), que é contra o uso obrigatório das máscaras. A fala do ministro foi feita em entrevista ao canal do YouTube Terça Livre, que está sendo investigado pela disseminação de fake news. Segundo o ministro, o Governo é contra a obrigatoriedade da utilização do item de segurança contra o coronavírus. "O Brasil tem muitas leis, e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização. O benefício é de todos e o compromisso é de cada um", disse Queiroga.
Multas
O ministro afirmou ainda que não faz sentido haver multas contra a não utilização das máscaras, pois pode-se criar uma “indústria da multa”. Se está sendo preciso fazer isso, a razão é que o governo não está sendo eficiente em conscientizar as pessoas, complementou.
No mês de julho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incumbiu Queiroga de elaborar um parecer para que as pessoas que tivessem contraído a Covid-19 e quem já havia sido vacinado fossem desobrigados a utilizarem máscaras. Até o momento não teve efeito o pedido de Bolsonaro.
OMS
Com o andamento da imunização, algumas nações optaram por dispensar o uso de máscaras por quem já foi vacinado. A Organização Mundial da Saúde, entretanto, pediu cautela aos governantes.
De acordo com a entidade, a dispensa dos cuidados básicos, como o uso da máscara, somente pode acontecer quando não existe mais transmissão comunitária da enfermidade, coisa que não depende só da vacinação.
Volta às aulas
O ministro da Saúde também defendeu a volta às aulas presenciais. No começo do mês, o governo federal assinou uma portaria com diretrizes para o retorno das atividades nos estabelecimentos de ensino.
Entre as orientações para a volta estão as medidas não farmacológicas que médicos e cientistas defendem, como a utilização de máscaras e que se lave as mãos frequentemente. Outras orientações são a boa ventilação dos ambientes, organização dos horários em que os alunos entram e saem das escolas e também a medição da temperatura.
Segundo o Ministério da Saúde, ao se identificar alunos com sintomas de gripe, a escola deverá comunicar os pais e responsáveis e orientá-los para que a criança seja levada a uma unidade básica de Saúde (UBS).
Queiroga também afirmou na entrevista que não acha que se trata de restrição à liberdade de cada um, caso o país exija que seja apresentado um certificado de vacinação para a Covid-19 para que seja liberada a entrada do indivíduo em seu território. O entrevistado ainda defendeu a eficácia dos imunizantes que foram aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), declarou que o governo federal está monitorando todas as reações adversas às vacinas e que já cogita a reabertura da economia.