O empresário apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Luciano Hang revoltou a CPI da Covid ao mostrar placas com dizeres como: “Não me deixam falar”. O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investiga as ações e eventuais omissões do Governo federal na gestão da pandemia, pediu que as placas fossem retiradas e em seguida suspendeu a sessão. Aziz também pediu que um advogado do dono da rede de lojas Havan, que estava discutindo com o senador Rogério Carvalho (PT-SE), abandonasse a sessão.
Confusão
O depoimento de Hang começou tumultuado e se manteve tenso durante todo o tempo até o momento da suspensão. Antes de iniciar seu depoimento, o presidente da CPI perguntou ao depoente se ele estaria disposto a somente dizer a verdade. A defesa de Luciano Hang, então, se pronunciou e disse que o empresário não deveria se comprometer por não estar sendo ouvido como testemunha e sim como investigado.
Propaganda
O senador Omar Aziz permitiu que Luciano Hang mostrasse um vídeo sobre a Havan em suas declarações iniciais. O vídeo causou revolta entre os senadores, que afirmaram que o ato se tratou de propaganda. Os senadores também argumentaram que o vídeo não tinha nenhuma ligação com a CPI.
Circo
Após algumas discussões entre os parlamentares sobre o vídeo e ainda sobre como deveria ser conduzido o depoimento, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, tomou a palavra. Calheiros então leu um texto em que afirmava que na história governos sempre contaram com um “bobo da corte”. O senador então prosseguiu fazendo menção ao circo.
Defesa
O filho mais velho do presidente Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que não tem o costume de participar das sessões da CPI, defendeu o empresário. Flávio afirmou que Renan Calheiros estava chamando Hang de “bobo da corte”, no que Renan respondeu que somente estava lendo um texto e negou que estava ofendendo alguém.
A sessão estava sendo interrompida a todo instante, ainda assim, o relator conseguiu fazer três questionamentos a Hang. O senador perguntou se o empresário possuía conta fora do país e se tinha empresas em paraísos fiscais. O empresário respondeu que tinha. Renan Calheiros também perguntou se a Havan já havia sido beneficiada com incentivos fiscais do governo federal. Hang respondeu que o questionamento era amplo.
A terceira pergunta foi se a empresa de Luciano já havia ganhado financiamento de bancos públicos. O empresário então se negou a responder de maneira direta. O relator pediu objetividade do investigado. Senadores governistas saíram em defesa de Hang, afirmando que os questionamentos não poderiam ser respondidos somente com sim ou não.