O jornalista Gerson Camarotti, em seu blog no portal G1, contou que líderes do centrão já falam em um cenário de "cristianização" da candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à recondução ao Palácio do Planalto.

Segundo os resultados da pesquisa Ipec, divulgada na última terça-feira (14), a reprovação de Bolsonaro ficou em 55%, enquanto sua aprovação está em 19%.

História

No mundo político, o termo "cristianização" quer dizer que um candidato foi abandonado pelos próprios aliados.

Trata-se de uma referência à década de 1950, quando o então candidato à presidência da República Cristiano Machado foi traído pelos correligionários do PSD, que optaram pela candidatura de Getúlio Vargas (PTB).

Centrão

Entre os políticos do bloco de legendas partidárias sem ideologias definidas, impera o senso de pragmatismo.

Os parlamentares do centrão avaliam que uma rejeição de 55% torna inviável uma candidatura à reeleição e ainda tem o potencial de atrapalhar a campanha de deputados, senadores e também governadores.

Lula

A situação é ainda mais problemática na região Nordeste, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal concorrente de Bolsonaro na disputa das Eleições do próximo ano, tem 63% das intenções de voto.

Auxílio Brasil

O que se acredita é que nem mesmo o lançamento do programa social substituto do Bolsa Família, com pagamento de R$ 400 para as famílias mais necessitadas, terá o potencial de recuperar a popularidade de Jair Bolsonaro.

Pesado

Assim está sendo visto o atual líder do Executivo por uma influente liderança do centrão que contou ao Blog do Camarotti que os políticos do bloco estão preferindo se afastar de Bolsonaro para não serem "contaminados" pela rejeição do presidente.

Ipec

O Instituto de Pesquisas Cananéia mostrou que o governo Bolsonaro sofre uma rejeição de 55%, maior índice desde o início da gestão, em 2019.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 144 municípios. A pesquisa ocorreu entre os dias 9 e 13 de dezembro.

No levantamento realizado no mês de setembro, a reprovação de Bolsonaro estava em 53%, enquanto sua aprovação atingiu 22%.

Outro questionamento da pesquisa foi se os entrevistados aprovam ou não a forma como Bolsonaro está governando o país.

Bolsonaro teve a aprovação de 27%, enquanto a desaprovação ficou em 68%, 4% dos entrevistados não sabem ou não responderam.

Confiança

A pesquisa também perguntou quem confia no presidente Jair Bolsonaro: 70% dos entrevistados disseram não confiar no mandatário, 22% afirmaram que Bolsonaro é digno de confiança, enquanto 3% não souberam dizer ou não opinaram.