O jornalista José Casado, em sua coluna na revista Veja, informou que o centrão, após ganhar total controle da execução do Orçamento da União, agora assumiu o comando da campanha da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Casado, entre as primeiras decisões do bloco de partidos sem ideologia definida está uma estratégia de ataques ao principal concorrente de Bolsonaro na disputa eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e um incentivo ao antipetismo. A outra medida é negociar com Bolsonaro uma indicação para que o candidato a vice-presidente seja alguém do centrão.

Ciro Nogueira, o titular da Casa Civil e presidente licenciado do PP (Partido Progressista), provavelmente será o chefe da campanha presidencial dentro do Palácio do Planalto. Nogueira tem o apoio dos outros integrantes da cúpula do PP e ainda de Valdemar Costa Neto, dono do PL (Partido Liberal). Costa Neto acolheu Jair Bolsonaro para disputar a reeleição, com direito a financiamento e também de escolher alguns candidatos em sua base eleitoral, Rio de Janeiro e São Paulo.

O centrão planeja um período curto para alavancar a candidatura de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Bolsonaro tem oscilado por volta de 25% das intenções de voto, com tendência de queda. O centrão planeja reverter essa tendência até o mês de abril.

A estratégia prevê movimentos coordenados e imediatos em duas frentes, uma delas é a intensificação das ações do governo federal em colégios eleitorais importantes. Essas ações seriam acompanhadas de um abrandamento das declarações de Jair Bolsonaro sobre tópicos como a vacinação contra a Covid-19. Bolsonaro e o governo federal estão batendo de frente com a sociedade, que deseja ser vacinada.

A outra frente é o incentivo à rejeição a Lula e ao Partido dos Trabalhadores.

Cercadinho

Nesta segunda frente de batalha Bolsonaro nem precisa de muito incentivo. Como pôde ser visto na última segunda-feira (17) quando o mandatário gastou boa parte do tempo de sua conversa com seus apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada para fazer críticas a Lula e ao PT.

Com a aprovação em baixa e sem ter muito que mostrar nos três anos de seu governo, resta a Bolsonaro se ocupar em atacar seus opositores. “Alguns trabalhadores querem voltar ao que viviam antigamente”, disse Bolsonaro ao criticar o apoio que muitos estão demonstrando ao ex-presidente petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro.

Ao mesmo tempo em que ataca Lula, Bolsonaro também se vangloriava por, em sua narrativa, liderar um governo com ministérios técnicos. Ele disse ainda que antes de chegar ao poder, o Brasil estava sofrendo com sérios problemas “éticos, morais e econômicos”.