Na última quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu um ato falho a dizer que o Brasil tem um líder do Executivo que mente. A fala do chefe do poder Executivo federal ocorreu quando ele discursava em um evento público que contou com a presença do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) –parlamentar bolsonarista beneficiado por perdão do presidente após ter sido condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por atos antidemocráticos.

Barroso

Antes de cometer o ato falho, Bolsonaro estava falando sobre o ministro do Supremo e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.

O ministro convidou as Forças Armadas no ano passado para fazerem parte do comitê de transparência do processo eleitoral.

O ocupante do Palácio da Alvorada acusou Barroso de mentir quando disse que tinha caráter sigiloso o inquérito da Polícia Federal (PF) divulgado em sua totalidade pelo mandatário nas redes sociais no dia 4 de agosto do último ano.

O inquérito apura suposto ataque ao sistema interno do TSE ocorrido em 2018 –e como o próprio tribunal afirmou, não representou quaisquer riscos às eleições. O ato teve como resultado a abertura de um inquérito determinado pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

Barroso afirmou em fevereiro que as informações sigilosas vazadas pelo presidente da República "auxiliam milícias digitais e hackers de todo o mundo".

Ainda em fevereiro, a PF chegou à conclusão de que aconteceu um crime quando, em uma live no mês de agosto, Bolsonaro divulgou informações sigilosas sobre uma investigação. Entretanto, a PF não indiciou o presidente Bolsonaro, usando o argumento de que ele possui foro privilegiado.

Daniel Silveira

Bolsonaro recebeu Daniel Silveira com abraços no evento.

O gesto foi acompanhado de sorrisos e uma conversa curta entre os dois. A troca de gentilezas ocorreu durante um encontro com parlamentares para debater a liberdade de expressão. O evento aconteceu após o ministro Alexandre de Moraes determinar que a defesa do deputado bolsonarista preste esclarecimentos em até 48 horas sobre Silveira estar descumprindo várias medidas restritivas que foram impostas pelo STF, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Daniel Silveira até mesmo andou pela Câmara dos Deputados sem estar utilizando o equipamento. Ao ser perguntado a razão do equipamento ter ficado descarregado por pouco mais que uma semana, o parlamentar declarou que não era nem para ele ter chegado a usar a tornozeleira.