O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de um evento com deputados em Brasília na quarta-feira (27). O evento chamado Liberdade de Expressão ocorreu no Palácio do Planalto. Bolsonaro sugeriu no encontro que houvesse uma suspensão das próximas Eleições se for constatado "algo anormal".
Ainda de acordo com Bolsonaro, a suspensão das eleições iria se estender a todos os cargos eletivos, o que incluiria governos estaduais, a Câmara dos Deputados, o Senado e deputados estaduais. O ocupante do Palácio da Alvorada ainda mandou mensagem direta para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso, que era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O líder do Executivo declarou que Barroso tem um currículo invejável, mas ressaltou que não deveria ter havido eleições em 2020 sem a conclusão do inquérito que deveria ser sigiloso. Bolsonaro acusou Barroso de estar mentindo.
Convite
"Eles [TSE] convidaram as Forças Armadas para verificar o processo, mas se esqueceram que o chefe das Forças Armadas é Jair Messias Bolsonaro", afirmou o líder do Executivo. O presidente Bolsonaro estava citando o inquérito que foi instaurado pela Comissão de Transparência Eleitoral (CTE) que foi divulgado em fevereiro e que concluiu não ter havido nada de anormal nas urnas eletrônicas.
Teoria da conspiração
Além de demonstrar estar magoado com Barroso por não ter recebido o convite para a verificação da lisura das urnas eletrônicas, o presidente ainda afirmou, sem apresentar nenhuma prova, que haveria uma “sala secreta” no TSE que seria responsável pela fabricação do resultado das eleições.
Bolsonaro ainda alegou que as Forças Armadas sugeriram que fosse feita uma contagem de votos paralela.
Ato falho
No evento ocorrido na última quarta-feira, Bolsonaro cometeu um ato falho ao dizer que “temos um chefe do Executivo que mente”. Bolsonaro fez a declaração quando se referia ao ministro Barroso.
Além do ato falho, Bolsonaro no evento demonstrou mais uma vez que há uma estratégia em seus ataques.
Ao escolher determinados alvos, ele alcança seu objetivo, que é colocar em dúvida a lisura do processo eleitoral. O processo eleitoral é constantemente verificado pelas mais diferentes instituições, incluindo até mesmo instituições como as Forças Armadas, que Bolsonaro vangloria-se de ser o chefe, e o resultado é sempre o mesmo, a comprovação de que as urnas são seguras.