Em duas semanas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um aumento de 8 pontos percentuais entre os eleitores que ganham o Auxílio Brasil, o benefício que é uma das principais apostas do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para mais um mandato como líder do Executivo federal. Lula tem 61% da preferência entre quem recebe o Auxílio Brasil, mais que o dobro de Bolsonaro, que ficou com 24% das intenções de voto. Traduzindo, isto quer dizer que de quatro pessoas que recebem o Auxílio Brasil, três delas não querem mais quatro anos de governo de Jair Bolsonaro.

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O ex-presidente petista tinha 73% de intenções de voto entre quem recebe o benefício do governo federal no final do mês de junho, pouco antes da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que ganhou o nome de kamikaze, que fez com que o valor do auxílio aumentasse para R$ 600, dominasse o noticiário. Lula estava com 53% no final do mês de julho e agora se recuperou.

Bolsonaro, por sua vez, estava com 28% nesse grupo no final de julho, quando da promulgação da PEC, e caiu para 24% no mais recente levantamento. O texto diz que o valor permanecerá em R$ 600 até o fim de 2022 e ainda conta com uma série de outros benefícios, como auxílio para taxistas e caminhoneiros e vale-gás.

Lula e Bolsonaro estão na liderança da disputa para as Eleições presidenciais deste ano.

Eles travam uma guerra de narrativas em torno do programa de distribuição de renda. Os dois já se comprometeram a manter no próximo ano o valor de R$ 600 em caso de vitória nas urnas, sem se importarem com um possível comprometimento nas contas do governo.

Lula tenta fazer com que o auxílio seja vinculado ao antigo Bolsa Família, o programa que era uma das marcas do Partido dos Trabalhadores.

O petista crítica o atual mandatário por ter fixado o novo valor somente até o mês de dezembro. Bolsonaro, por sua vez, faz comparação com o governo de Lula e ressalta que agora o valor do benefício é maior.

Lula participou de uma transmissão ao vivo na rede social Facebook junto com o deputado federal André Janones (Avante-MG).

O ex-presidente disse que o auxílio concedido por Bolsonaro somente foi aprovado até o final deste ano para que o atual presidente pudesse ser reeleito. Bolsonaro respondeu ao petista no último sábado (13) dizendo que se tratava de uma mentira, assim como, segundo ele, o PT afirmava em 2018 que ele iria extinguir o Bolsa Família.

Bolsonaro ainda declarou que o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 não irá deixar de ser pago depois de dezembro, pois ele já teria conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e garantiu que serão mantidos os R$ 600 do benefício também em 2023.