O Ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Benedito Gonçalves proibiu o presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar em sua campanha de reeleição imagens do discurso realizado no último domingo (18) na sacada da embaixada do Brasil em Londres. O ministro ainda determinou que uma postagem feita pelo filho 03 de Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), fosse excluída do Twitter.

Discurso eleitoreiro

Bolsonaro viajou no domingo para o Reino Unido para participar do funeral da rainha Elizabeth 2ª, porém o mandatário fez uso de sua passagem pela embaixada brasileira na capital da Inglaterra para discursar em tom eleitoral para seus apoiadores que estavam no local.

Na ação, Soraya Thronicke, que é candidata à Presidência pelo União Brasil, declarou que Bolsonaro tem se “notabilizado pela utilização de eventos a que comparece na condição de chefe de Estado, custeados com recursos públicos e inacessíveis aos demais candidatos, com posterior divulgação em meios oficiais e redes sociais de campanha, para promoção de sua candidatura à reeleição”.

O ministro do TSE, que também é o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, entendeu que foi indevido o uso da embaixada do Brasil em Londres pelo presidente da República.

Nova York

Na terça-feira, Bolsonaro irá abrir o debate-geral da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Faz parte da tradição o Brasil ser a primeira nação a discursar, o que ocorre desde 1955. Esta será a quarta vez que o líder do Executivo do Brasil irá discursar na ONU. Em 2020, o evento aconteceu de maneira virtual por causa da pandemia, então Bolsonaro enviou um vídeo gravado. Nas vezes anteriores, os discursos do mandatário tiveram como marca a defesa da soberania do Brasil na Amazônia e notícias falsas sobre a Covid-19.

No total, deverão estar presentes ao evento chefes de Estado de 193 países, até mesmo Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, deverá participar da cerimônia. Zelensky recebeu autorização do plenário para participar de forma remota por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores declarou que Bolsonaro, além de discursar na abertura da assembleia, também deverá se reunir com António Guterres, o secretário-geral da ONU, e também com os presidentes do Equador e Polônia, Guillermo Lasso e Andrzej Duda, respectivamente, ambos conservadores e de direita. O tema do evento é "Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados" e se estenderá até a próxima segunda-feira (26).