O coletivo de advogados Coletivo Direito Popular protocolou pedido de prisão preventiva e investigação contra Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos advogados com ligações com a Universidade Federal Fluminense (UFF). A ação, protocolada na última terça-feira (17), terá como relator no STF o ministro Dias Toffoli
O grupo pede que seja apurada a participação do sobrinho de Jair Bolsonaro no ataque promovido por bolsonaristas extremistas às sedes dos Poderes da República em Brasília (DF), ocorrido no domingo (8).
De acordo com informações obtidas pelo jornalista Lauro Jardim e publicadas em seu blog no jornal O Globo, o advogado criminalista Paulo Henrique Lima, principal responsável pela medida, argumenta que Léo Índio pode ter ajudado na mobilização dos vândalos.
Quem é Léo Índio
O próprio sobrinho de Bolsonaro registrou sua presença nos atos antidemocráticos nas redes sociais. Léo Índio em uma das postagens chegou a reclamar do efeito do gás lacrimogêneo. Em outra publicação, ele foi visto em cima do Congresso Nacional e perto da sede do Supremo, em uma plataforma localizada próxima às cúpulas. No local não é permitida a presença do público.
Segundo a ação, o primo de Flávio, Eduardo e Carlos significaria um risco à ordem pública.
Com a prisão de outros golpistas, o documento afirma que Léo pode fugir a qualquer hora. O coletivo já havia lançado outras ações contra apoiadores do ex-presidente Bolsonaro. Em uma delas, o coletivo conseguiu que Sérgio Camargo, o ex-presidente da Fundação Palmares, fosse proibido de desfazer-se de acervo literário que ele classificou como “marxista”.
Leonardo tentou uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições do ano passado, pelo mesmo partido do tio, porém não conseguiu ser eleito. Léo Índio mora em Brasília desde 2019, quando exerceu a função de assessor do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) –visto com R$ 30 mil na cueca. Léo também trabalhou para um senador do PL.
Depois da repercussão negativa dos ataques terroristas, Léo Índio recuou e publicou que é contrário a atos de vandalismo.
Ele afirmou que o acampamento que estava instalado há 70 dias em frente ao quartel general do Exército em Brasília não havia registrado nenhum ato de violência e questionou por qual razão os manifestantes “iriam estragar tudo”. Leonardo também afirmou que, na verdade, a destruição de patrimônio público é prática da esquerda.