George Washington de Oliveira Souza, o extremista de direita apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso por planejar um atentado terrorista no Aeroporto de Brasília, teria planejado assassinar o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na cerimônia da posse no dia primeiro de janeiro. As informações são do Jornal O Estado de S. Paulo, que obteve a revelação em uma entrevista com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na última sexta-feira (24).

De acordo com o ministro, agentes da Polícia Federal (PF) tiveram acesso a mensagens que revelavam que o apoiador de Jair Bolsonaro realizava treinos com armas e tentou conseguir informações sobre como atirar com um fuzil de longa distância.

O homem é um empresário de 54 anos, ele foi preso no dia 24 de dezembro de 2022 após montar um artefato explosivo em área de acesso ao Aeroporto Internacional de Brasília.

Em seu depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (DF), George Washington de Oliveira Souza declarou que seu plano era iniciar o “caos” e assim poder ser decretado o estado de sítio no Brasil. Ele também afirmou que a intenção era instalar explosivos em ao menos dois locais no DF. Uma bomba seria colocada em postes localizados perto de uma subestação de energia em Taguatinga.

Dino relatou que existe um diálogo em que George Washington procura se informar sobre qual seria o melhor fuzil, a melhor mira para uma quantidade determinada de metros de distância, contou o ministro.

No diálogo, o bolsonarista não cita o nome de Lula, entretanto, de acordo com o ministro “dá a entender”.

Dino continuou seu relato dizendo que o empresário perguntou sobre determinada mira e o instrutor respondeu que aquela não era a mira mais adequada, ou seja, existia realmente um plano para que fosse disparado um tiro que provavelmente seria dado no dia da posse, disse o ministro da Justiça.

A PF afirmou que o empresário tinha participação em atos em apoio ao ex-presidente Bolsonaro em Brasília. O bolsonarista foi detido na noite do dia 24 de dezembro em um apartamento da região Sudoeste, região central do DF. Com o homem a polícia apreendeu uniformes camuflados, munições, 5 emulsões explosivas, 3 pistolas, 2 revólveres, 1 fuzil e duas espingardas.

Também foi encontrada no celular do homem uma carta endereçada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lula

A vitória do petista de 77 anos sobre o então presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais em outubro do ano passado fez com que na véspera do Natal, uma semana antes da festa da posse, um bolsonarista fosse preso e acusado de terrorismo por ter colocado uma bomba que não explodiu em um caminhão-tanque nos arredores do aeroporto da capital do país.

A posse de Lula aconteceu sob forte esquema de segurança, entretanto ele e a primeira-dama Janja desfilaram em carro aberto, como é feito tradicionalmente na cerimônia de posse. Uma semana depois, milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro descontentes com o resultado das urnas invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes em Brasília.