O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está se preparando para prestar depoimento à Polícia Federal na próxima quinta-feira (31). O ex-mandatário deverá dar explicações sobre as joias e os presentes que recebeu no período em que foi o líder do Executivo federal. Os assessores mais próximos de Jair Bolsonaro viajaram na última terça-feira (29) para Brasília e se mantiveram por todo o dia na sala que o ex-presidente ocupa na sede do PL na capital do país.

Wassef

Frederick Wassef, advogado do clã Bolsonaro em diversas investigações, desta vez não foi chamado.

Wassef também irá prestar esclarecimentos à PF por ter comprado um relógio da marca Rolex que auxiliares de Bolsonaro haviam vendido durante uma viagem aos Estados Unidos no início de 2023.

Segundo Wassef, ele garantiu que pagou pela compra do relógio com seu próprio dinheiro e disse também que tinha a intenção de devolver o item à União. Na ocasião, Wassef não quis dar informações sobre para quem entregou o item: "Não vou falar, não posso falar...”. Ele também garantiu que não foi Bolsonaro e nem o coronel Cid que solicitaram que ele comprasse o relógio.

Apreensão

A PF, no último dia 16, apreendeu quatro celulares de Wassef. O advogado se encontrava em um restaurante no shopping Morumbi, em São Paulo, quando os agentes da PF o abordaram.

A ausência de Wassef ocorre após os rumores de que ele teria tentado gravar integrantes da família Bolsonaro. O filho 01 de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), negou que isto tenha ocorrido e declarou que confia inteiramente na lealdade de Wassef.

A lista

Além de Bolsonaro, também irão prestar depoimento à PF a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro; o próprio Wassef; o ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid; Fábio Wajngarten; o general Mauro Lourena Cid (pai de Mauro Cid); o coronel Marcelo Câmara e o tenente Osmar Crivellati.

Jair Bolsonaro está sendo preparado para depor na PF pelo ex-secretário de comunicação Fábio Wajngarten.

Medo

Ainda que o senador Flávio Bolsonaro tenha afirmado que confia na lealdade de Wassef, o blog da jornalista Andreia Sadi no G1 afirma que além de Flávio, Jair Bolsonaro e Fabrício Queiroz não confiam no advogado. Além disso, um interlocutor próximo de Bolsonaro declarou à jornalista que Wassef se trata de uma pessoa “inconsequente” e que “não joga em grupo”.

Além de Jair, Flávio e Queiroz, ainda existe a suspeita de que Wassef tenha gravado autoridades do poder Judiciário e do Ministério Público Federal. O que mais tem preocupado a família Bolsonaro e alguns aliados, é justamente a ligação de Flávio e Wassef, os dois eram bem próximos, e isto era algo que o próprio Wassef ressaltava.