Em um julgamento realizado na cidade de Camaquã (RS), nesta quinta-feira (30), uma Mulher foi condenada a 29 anos e seis meses de prisão por matar envenenado seu afilhado de apenas quatro anos de idade, no município de Dom Feliciano (RS). O crime ocorreu no dia do aniversário da criança, em 21 de maio de 2013.

De acordo com a sentença proferida pela justiça, a ré, Laura Fernandes da Luz Drosdosky, cumprirá sua pena em regime fechado. Mas de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado, a acusada ainda poderá recorrer da sentença. Laura foi indiciada por homicídio qualificado.

De acordo com os atos processuais, um laudo cadavérico realizado no corpo do menino Kaíke Sodré Drosdosky apontou que ele acabou morrendo devido a uma séria intoxicação causada por um agrotóxico. Conforme a Justiça, no dia de seu falecimento, Laura teria injetado veneno em um pote de iogurte com uma seringa e depois deu para que o garoto consumisse.

A acusada era esposa do tio de Kaíke, que era irmão do pai do menino. Em meio ao julgamento, foi declarado ainda que a ré teria demonstrado um grande desprezo pelos familiares da vítima, pois cometeu o crime diante da presença dos pais do menino e também de seu esposo. Ainda no julgamento foi mencionado que a ré já foi condenada por ter matado a sogra, crime este que ocorreu um mês e meio antes da morte de Kaíke.

Na época da morte do menino, a mãe da vítima, Claudiane Drodoski, concedeu uma entrevista a uma emissora de televisão onde mencionou mais ou menos o que teria ocorrido naquele dia.

“Ela veio e se sentou no sofá, em seguida abriu um iogurte e depois pediu uma colher. Após alguns instantes, percebi que meu filho começou a gritar, mas ela teria mencionado que ele estava desse jeito porque se machucou, pois teria batido sua boca no próprio joelho, mas eu reparei que o que estava acontecendo com Kaíke era muito parecido com o que ocorreu com a avó dele”, disse a mãe.

Advogado de defesa diz que sua cliente é inocente

De acordo com o advogado Tiago Korbes, responsável pela defesa de Laura, ele já está movimentando a documentação necessária para entrar com o pedido de apelação da sentença na Justiça. Ele menciona que sua cliente é inocente em relação à morte do garoto.

“Em todas as vezes em que minha cliente foi ouvida, seja pelos policiais responsáveis pelo caso ou até mesmo no julgamento de hoje, ela se declara inocente de todos os atos descritos no processo", disse o advogado.

"Ela sempre afirmou que não colocou agrotóxico nenhum no alimento do menino. Logo a pós a sentença declarada pelo juiz, a própria acusada demonstrou sua indignação com o resultado”, concluiu Korbes, advogado que atua pela defensoria pública do estado.

Laura foi encaminhada para uma penitenciária feminina da região, onde ficará à disposição da Justiça.