A atriz prestou depoimento sobre os ataques racistas e gordofóbicos que sofreu na internet, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), localizada na Lapa, Região Central do Rio. Ela passou toda a manhã desta sexta-feira (29) na delegacia e saiu às 12h45.

O crime foi registrado como injúria por preconceito, que tem pena de um a três anos de prisão e multa. A atriz não quis dar entrevistas. Segundo o que foi apurado pela jornalista Fábia Oliveira do jornal O Dia, a atriz afirmou em seu depoimento que os fatos já foram divulgados e agora a Polícia vai investigar o caso e descobrir se houve ou não crime militar.

Se ficar comprovado que o autor do crime foi um bombeiro, a polícia enviará o registro para o Corpo de Bombeiros, que assumirá o comando da investigação que será feita por um Inquérito Policial Militar (IPM).

O Corpo de Bombeiros divulgou nota em que afirma que está apurando a denúncia. Na nota, a corporação afirma que aplicará uma punição administrativa, que é voltada para a conduta disciplinar e ressaltou que na esfera criminal, a competência é do Poder Judiciário.

Entenda o caso

Após a gravação em um quartel do corpo de bombeiros no Rio de Janeiro, a atriz de 44 anos, Cacau Protásio sofreu ataques racistas nas redes sociais. A atriz fez uma gravação para a comédia “Juntos e enrolados”. No filme a atriz dá vida a uma sargento do Corpo de Bombeiros.

A gravação ocorreu no último domingo (24) no quartel central dos bombeiros no Rio, e despertou reações inaceitáveis. Está circulando nas redes sociais um áudio que está sendo atribuído a um bombeiro, que não poupou ofensas à atriz e aos outros participantes da cena.

Cacau também postou resposta nas redes sociais respondendo aos insultos.

Ela relata no vídeo que há um bombeiro que fez um vídeo de uma cena solta do filme e divulgou. A artista afirma não entender o motivo de tanto ódio. A corporação afirmou que abriu um procedimento interno para identificar a autoria do áudio e ressaltou que o corpo de bombeiros não compactua qualquer tipo de atitude discriminatória.

Apoio dos artistas

Cacau Protásio imediatamente recebeu o apoio de diversos artistas. Marcos Pasquim que também faz parte do filme, gravou um vídeo repudiando tal ato. A atriz também recebeu o apoio de outros artistas como Lázaro Ramos, Sheron Menezes e Juliana Alves, que também postaram mensagens repudiando o racismo.

O Jornal Nacional, da Rede Globo, exibiu na última quinta-feira (28) reportagem sobre o episódio lamentável, o âncora do telejornal, William Bonner, foi mais um que demonstrou apoio à atriz e afirmou que ela merece respeito. O telejornal também repercutiu as varias manifestações de solidariedade recebidas pela artista. O ‘JN’ também exibiu o vídeo gravado por ela.