Uma equipe de médicos cubanos chegou à Itália neste domingo (22) para colaborar no combate à pandemia do coronavírus no país. Ao embarcar em voo na capital Havana rumo a Milão, foram aplaudidos pelos demais passageiros. A comitiva inclui 37 médicos e 17 enfermeiros e trabalhará no hospital de campanha de Crema, região da Lombardia, onde está o epicentro da crise, com 27.206 casos e 3.456 mortes.

A doença já ocasionou a morte de mais de 5,4 mil pessoas na Itália de acordo com os últimos boletins oficiais. As autoridades da Lombardia fizeram um apelo internacional pedindo ajuda para lidar com os inúmeros casos da Covid-19, o que ocasionou a resposta dos cubanos.

"Será uma ajuda preciosíssima para o hospital de campanha que está quase pronto", declarou a prefeita de Crema, Stefania Bonaldi.

Médicos cubanos têm experiência com grandes epidemias

Muitos desses médicos e enfermeiros cubanos têm experiência na luta contra a epidemia do ebola na África. Outros grupos cubano irão partir para a Nicarágua, Suriname, Granada e Jamaica. Carca de 30 mil profissionais de Saúde cubanos atendem hoje 61 países na África, América Central e Ásia. Eles atuam principalmente em países pobres e em localidades sem cobertura médica.

Cuba já tem 21 contágios e um óbito de um cidadão italiano por conta do novo coronavírus.

Os profissionais cubanos estarão junto com nove especialistas chineses que trataram da epidemia na cidade de Wuhan, onde tudo começou.

Eles chegaram à Itália trazendo 31 toneladas de suprimentos médicos. A Rússia também enviou uma equipe de médicos virologistas e enfermeiros.

Brasil quer de volta os médicos cubanos

O Brasil reviu sua posição critica contra a presença de médicos cubanos no programa Mais Médicos, o que ocasionou o cancelamento do acordo com Cuba via uma organização internacional, e agora o Ministério da Saúde anunciou que pretende contratar até 1,8 mil profissionais da ilha caribenha para enfrentar o coronavírus no país.

Eles atuarão no SUS dentro do programa Mais Médicos.

A chamada só será feita após a tentativa de preencher os cargos com médicos brasileiros. Se não for possível, os cubanos serão chamados. Serão 5.811 vagas com previsão de início para março. Remuneração de 12 mil reais e o contrato de um ano. A atuação será em 1.864 municípios e 19 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).

Governo faz exigências para a permanência dos médicos cubanos

Segundo o Ministério da Saúde, existem 1.800 profissionais cubanos aptos para exercer a atividade e que ficaram no Brasil após o acordo com a Opas, organização Pan-Americana de Saúde --do total de 11 mil que vieram ao país. O governo exige que eles sejam naturalizados, com pedido de refúgio ou com pedido de residência permanente no Brasil.