Que o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) é adepto de teorias da conspiração não é novidade para ninguém. Até mesmo seus aliados mais próximos confirmam isto. Uma de suas teorias conspiratórias preferidas é sem dúvida a que diz que Adélio Bispo, o autor da facada no então candidato a presidência Jair Bolsonaro, não agiu por conta própria, Bolsonaro ignora a investigação da Polícia Federal (PF) que afirma o contrário do que acredita o presidente.

Nova conspiração

Jair Bolsonaro agora acredita em uma nova teoria da conspiração que diz que está em andamento uma ofensiva que teria a participação de governadores, parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com a intenção de retirá-lo do poder.

É o que relata artigo da revista Veja.

Se antes somente a ala ideológica do Governo dava ouvidos a estas conspirações, agora existem membros da ala militar que mostraram que acreditam na nova conspiração defendida por Bolsonaro de que figuras públicas estão empenhadas em abreviar seu período na presidência. Este apoio vindo dos militares fez com que Bolsonaro se sentisse mais forte para partir para o ataque.

Chega!

No último domingo (3), o presidente participou de mais uma manifestação antidemocrática que pedia o fechamento do Congresso e do STF e apoiava seu governo. Depois de sua participação na manifestação, divulgou um vídeo que foi transmitido em uma rede social. No vídeo ele afirmou que chegou ao seu limite e em tom de ameaça, disse que está com o povo e as Forças Armadas ao seu lado.

A fala do líder do Executivo fez com que o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, divulgasse nota, na segunda-feira (4), em que rechaçava quaisquer suspeitas de que as Forças Armadas estivessem aliadas ao presidente.

Mais ou menos

Porém, na percepção de um militar da cúpula do Exército, em nenhum momento do texto, há uma negação mais enérgica do ministro de que haja realmente a possibilidade de as Forças Armadas virem a se tornar um braço político do mandatário.

Mensagem subliminar

Para a fonte ouvida pela revisa Veja, no comunicado existe uma mensagem subliminar direcionada para o Congresso, o STF e para o próprio presidente Bolsonaro. Quando o comunicado fala sobre lei, ordem e democracia, Bolsonaro seria o alvo da mensagem.

E o trecho que fala sobre a independência e harmonia entre os poderes, os destinatários da mensagem seriam o STF e o Congresso.

No sábado (2), ele recebeu na residência oficial da presidência da República os comandantes das três Forças.

Canetada

Entre os temas tratados no encontro estavam as deliberações recentes de ministros do Supremo, com ênfase na canetada de Alexandre de Moraes que suspendeu de maneira monocrática a posse de Alexandre Ramagem no cargo de diretor-geral da PF. Os ministros da ala militar estão de acordo com a Opinião de Bolsonaro que contesta muitas decisões do Supremo. O comandante do Exército, Edson Pujol, não concordou com este tipo de assunto, já que tema principal do encontro era para ter sido a pandemia do novo coronavírus.

Os conspiradores

Para a nova teoria conspiratória abraçada por Jair Bolsonaro, os principais atores são: ministros do STF, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel e o governador de São Paulo, João Doria, que são possíveis concorrentes de Bolsonaro na eleição presidencial de 2022.

Existem bolsonaristas que afirmam que Witzel está agindo em conjunto com o Ministério Público do Rio para manter acesa a chama que alimenta as investigações sobre o filho de Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, na época que ele era deputado do Rio de Janeiro.

Já o papel de Dória nesta conspiração seria o de fazer com que Sergio Moro e Paulo Guedes, fossem demitidos do governo Bolsonaro para que desta maneira, estes que foram sempre considerados os dois pilares de sustentação do governo, abandonassem o presidente para desta maneira, enfraquecê-lo. Sergio Moro já abandonou o governo Bolsonaro, mas o problema é que para o próprio presidente e alguns de seus auxiliares, a saída de Moro do ministério não tem nada a ver com o próprio Bolsonaro e sim com João Doria.