O candidato democrata Joe Biden registrou nesta última quarta-feira (17) sua maior vantagem sobre o republicano Donald Trump desde o início da corrida à presidência dos EUA. Segundo informações da pesquisa Reuters/Ipsos, Biden está 13 pontos a frente nas intenções de voto.

Na enquete realizada entre os dias 10 e 26 de junho, 35% dos eleitores disseram que votariam em Trump, contra 48% que afirmaram votar no democrata, nas eleições de 3 de novembro.

Biden lidera atualmente todas as pesquisas para a eleição presidencial, enquanto Trump tem perdido apoio até na sua base.

Segundo analistas, duas questões que influenciam diretamente nos resultados atuais são a pandemia do coronavírus e os protestos que ocorrem desde o fim de maio em decorrência do assassinato de George Floyd, um homem negro morto por um policial branco (Derek Chauvin) em Minessota.

Pesquisadores afirmam que a postura radicalizada de Donald Trump pode lhe custar a reeleição. Biden, por outro lado, mantém uma consistência.

Carlos Gustavo Poggio, professor de relações internacionais da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) menciona que em nenhum momento o atual presidente dos EUA esteve à frente nas pesquisas.

Os Estados Unidos, hoje, lideram em números de mortes e casos confirmados do novo coronavírus.

São 113 mil óbitos e 2 milhões de infectados.

Influência da pandemia

A pandemia acabou se tornando um divisor de águas. É difícil afirmar o quanto ela influenciou nos resultados, mas sem dúvidas é um elemento que conta muito nas avaliações do atual presidente, segundo especialistas. O eleitor está de olho na forma como o republicano lida com a pandemia.

Mesmo sendo o epicentro do vírus, o posicionamento do atual presidente chama muito a atenção.

Algumas ações, como afirmar que desinfetante mata o vírus e a defesa do uso da cloroquina, mesmo sem comprovação científica, fizeram com que ele perdesse apoios e recebesse mais críticas de boa parte do eleitorado.

Por outro lado, a onda de protestos acompanhada da falta de um discurso conciliador, vindo do presidente, também pode causar efeitos desfavoráveis.

Toda essa confusão acabou dando destaque a Biden, que até então pouco aparecia.

Marcelo Suzano, professor de relações internacionais do Ibmec-SP, acredita que ainda é cedo para apontar quem será o próximo presidente dos Estados Unidos.

Acredita-se que a reação de Trump está ligada diretamente à economia. O desemprego é um dos fatores cruciais para novembro. A forma como o presidente vai lidar com ele pode significar muito. Caso tenham mais pessoas empregadas até lá, sua chance aumenta.

Apesar disso, o favoritismo do democrata parece estar cada vez mais consolidado. Mesmo em estados como Texas e Ohio, que são tradicionalmente republicanos, Trump parece ter perdido apoio.