Na última quinta-feira (19), véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, um homem negro foi morto por dois seguranças brancos em uma unidade de supermercado em Porto Alegre (RS). Os dois suspeitos por terem espancado até a morte João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foram presos em flagrante.

Em nota divulgada em rede social, a empresa lamentou o caso e informou que "adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso". Apesar do posicionamento da empresa, o Dia da Consciência Negra foi marcado por manifestações em frente a unidades do grupo em pelo menos cinco capitais do país.

Manifestação em Porto Alegre

A manifestação na capital gaúcha ocorreu em frente à unidade da empresa onde João Alberto foi espancado até a morte. O ato teve seu início pacífico, porém um grupo de pessoas que não integravam a manifestação cometeu atos de vandalismo no estabelecimento onde ocorreu o crime.

A Brigada Militar –como é denominada a Polícia Militar do Rio Grande do Sul– foi acionada e dispersou os manifestantes locais com a utilização de bombas. Também foi realizado um bloqueio na rua em frente ao Carrefour para evitar mais atos de vandalismo.

Manifestação em São Paulo

A 17ª marcha do Movimento Negro Unificado, movimento que ocorre anualmente em São Paulo para celebrar o Dia da Consciência Negra, teve como destino uma unidade do grupo Carrefour próxima à avenida Paulista.

Um grupo de manifestantes vandalizou a fachada do shopping onde fica localizado a unidade e invadiu, sendo arremessado pedras e tintas, deixando muitos dos clientes locais assustados. Também foi causado um princípio de incêndio que logo foi controlado por funcionários do local. Não houve registro de feridos.

Durante o ato, manifestantes recordaram outros escândalos envolvendo o Carrefour como o Caso Manchinha, quando uma vira-latas foi assassinada por um segurança de uma unidade de Osasco; e o caso de um cliente negro e deficiente que teve multiplas fraturas após ser agredido por funcionários do grupo em São Bernardo do Campo em 2018.

Também foi lembrado o nome de Mariele Franco (PSOL), vereadora assassinada em 2018 no Rio de Janeiro.

Manifestação em Brasília

Na capital federal a manifestação ocorreu de forma tímida e pacífica em frente a uma unidade do Carrefour na Asa Sul. A manifestação contou com a presença de algumas dezenas de pessoas que posteriormente entraram no estabelecimento.

Não houve registro de vandalismo.

Outras manifestações

Também foram registradas manifestações pacíficas em frente às unidades do grupo Carrefour em Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no centro de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

No interior paulista também houve manifestações cobrando justiça pela morte de João Alberto no município de São Carlos e São José dos Campos, ambas pacíficas.