Ainda que sua produção tenha sido confirmada apenas há poucas semanas, a Netflix já estreou o falso documentário “Death to 2020”. O filme trata-se de uma das últimas estreias da plataforma de streaming em dezembro, e relata os principais acontecimentos do caótico ano de 2020. Usando um humor ácido, a obra trata de temas como fake news, polarização e obviamente a pandemia do novo coronavírus.
Black Mirror
O falso documentário foi realizado pelos mesmos produtores da icônica série “Black Mirror”, Charlie Brooker, Annabel Jones e Alison Marlow, com direção de Al Campbell.
O elenco conta com nomes conhecidos do público, como Samuel L. Jackson, Hugh Grant, Lisa Kudrow, Joe Kerry ("Stranger Things"), Cristin Milioti ("How I Met Your Mother"), Kumail Nanjiani ("Silicon Valley"), Tracey Ullman ("The Tracey Ullman Show"), Leslie Jones ("Saturday Night Live"), e outros. Laurence Fishburne é o narrador.
Especialistas
A produção entrevista "especialistas" em diversas áreas para comentar sobre 2020, e os personagens fictícios são, em sua maioria, quase tão absurdos quanto o ano que chega ao fim nesta semana.
A trama se inicia com a equipe de filmagem indo buscar as impressões do jornalista Dash Bracket (Jackson), do jornal New Yorkerly News. Bracket dá suas declarações na sede do jornal, que aparenta estar abandonado já há um tempo.
O incrédulo repórter pergunta algumas vezes o porquê da equipe estar interessada em um ano em que muitas pessoas querem esquecer que aconteceu.
Hugh Grant dá vida a Tennyson Floss, um levemente arrogante professor de história que narra eventos ocorridos em obras audiovisuais como “Star Wars” e “Game of Thrones”, como se realmente tivessem acontecido.
Já Kumail Nanjiani interpreta Bark Multiverse, CEO de uma empresa de tecnologia, que mostra que mesmo com a pandemia, as empresas do ramo ainda arrumaram uma maneira de lucrar com a tragédia. Tracey Ullman interpreta a “Rainha”, uma versão da Rainha Elizabeth, uma entediada monarca que parece estar mais interessada nos seus problemas com Harry e Meghan.
A atriz Diane Morgan interpreta Gemma Nerrick. Quando uma personagem pergunta o que fez ela ser escolhida para o documentário, e ela informa que foi considerada a pessoa mais comum do mundo, e que aparenta não ser muito inteligente também.
A atriz Leslie Jones interpreta a hilária psicóloga comportamental Dra. Maggie Gravel que não tem muita empatia pelos seres humanos. O ator Samson Kayo vive o cientista Pyrex Flask, que tem suas falas interrompidas por imagens aleatórias que ilustram suas explicações científicas.
Política
Lisa Kudrow, a eterna Phoebe de “Friends” dá vida a Jeanetta Grace Susan, a personagem é identificada como uma porta-voz não identificada do governo dos Estados Unidos. A mulher ligada ao governo Trump passa o tempo todo defendo o presidente norte-americano e nega qualquer informação que seja contra o governo Trump, ainda que ela seja confrontada com evidências que derrubem seus argumentos, ela diz se tratar apenas de narrativas.
Brasil
Ainda que de maneira breve, o Brasil marca presença em “Death to 2020”, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aparece como um dos líderes mundiais que a exemplo de Trump, adotaram uma postura negacionista no combate à pandemia. Ainda que as críticas recaiam principalmente sobre Donald Trump, o que é mostrado na produção, com algumas poucas mudanças poderiam estar sendo ditas sobre o presidente brasileiro.