Arthur Lira (PP), deputado e candidato à presidência da Câmara, relatou hoje (22/01) estar "100% confiante em sua vitória", em visita a Belo Horizonte (MG).
Desde Eduardo Cunha, tem sido comum que os candidatos à presidência da casa estabeleçam um nível de campanha semelhante às Eleições diretas, com viagens pelo país e promessas políticas. Tornou-se usual, por exemplo, utilizar-se de aviões para uma locomoção rápida entre diversas capitais, num curto espaço de tempo.
Lira é o candidato bolsonarista na Câmara. O presidente tem deixado claro seu apoio e ajudado no convencimento de votos para o candidato.
Principal adversário na disputa
Seu adversário mais próximo, no entanto, é o deputado Baleia Rossi (MDB), candidato do atual mandatário da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Rossi é o nome de quase toda oposição ao Governo Bolsonaro, como de partidos como PT e PDT, por exemplo.
Tem se disseminado a narrativa de que, mesmo não se tratando de um nome da esquerda, Rossi deve receber apoio da ala ideológica à esquerda na casa, para evitar que a presidência caia no colo de Lira, o que tornaria muito mais fácil a tratada de demandas do governo Bolsonaro e inviabilizaria um eventual pedido de impeachment, por exemplo.
Divergências sobre apoio da esquerda
Essa tem sido, inclusive, tema de grande debate entre deputados do PSOL — um dos partidos mais à esquerda do congresso.
Na visão de alguns integrantes, Rossi é um mal necessário, enquanto que, para outros, a abstenção é o melhor caminho, já que os dois nomes não tem quase ou nenhuma afinidade com pautas progressistas.
Toda a discussão gerou participações mais incisivas de líderes do partido, como Boulos, que vem atuando para impedir um grande racha interno motivado pelas divergências do tema.
A ideia é que se entre em um consenso independentemente de qual seja a decisão — seja para apoiar um nome, ou para se abster da disputa.
Baleia Rossi promete não ser adversário fácil
Arthur Lira tem apoio presidencial, de partidos que apoiam o presidente, e de mais alguns dissidentes que eventualmente lhe darão seus votos. Além disso, ele conta com todo o aparato do chefe de estado para prover cargos e ministérios aos que o apoiarem, o que facilita bastante sua campanha.
No entanto, não se pode subestimar Baleia Rossi. O candidato conta com o apoio de Rodrigo Maia, que se mostrou um excelente articulador, e certamente não venderá barato uma derrota. Além disso, se contar mesmo com o apoio massivo da esquerda e centro-esquerda, Rossi terá meio caminho andado para adquirir os votos necessários à disputa.
Resta aguardar até o dia 2 de fevereiro para saber o que se sucederá. Mas é certo que esta será uma das mais acirradas eleições na Câmara brasileira.