Já há algum tempo mudou a forma com que o país toma conhecimento sobre o que pensa o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as questões de interesse da população.

Bolsonaro costumava todos os dias pela manhã, e algumas vezes em outros períodos do dia, dar respostas à imprensa na saída do Palácio da Alvorada.

Chiqueirinho

Havia uma área destinada aos profissionais da imprensa e ao lado ficava uma pequena área cercada por grades em que ficavam os apoiadores de Jair Bolsonaro, que foi apelidada de "chiqueirinho".

Desde os tempos em que era parlamentar, Jair Bolsonaro sempre teve uma relação conflituosa com a imprensa.

Com o passar dos anos, nem mesmo sua condução ao cargo mais importante do poder Executivo fez com o ex-capitão do Exército tivesse uma postura mais condizente com o cargo que ocupa, e Bolsonaro continuou respondendo os jornalistas de forma agressiva.

A situação chegou a um ponto em que ficou inviável a presença dos profissionais de comunicação no local, pois as bravatas do mandatário acabavam inflamando seus apoiadores que também passaram a hostilizar a imprensa.

Os veículos de comunicação então decidiram por não enviar mais seus colaboradores para cobrirem as declarações de Bolsonaro, pois temiam pela segurança de seus colaboradores.

Completados dois anos de seu mandato, a paz agora está reinando na entrada do Palácio da Alvorada, pois agora o presidente pode tranquilamente conversar com seus seguidores, pois já não há mais imprensa para lhe fazer perguntas que o mandatário não queira responder.

E foi neste clima ameno que Jair Bolsonaro conversou com seus fiéis apoiadores nesta terça-feira (12) sobre um dos assuntos mais importantes do dia, a saída da Ford do Brasil.

Mentira

O presidente da República que alega, sem provas, que a eleição vencida por ele em 2018 foi fraudada, acusou a empresa de não dizer a verdade sobre a razão de abandonar o país.

Bolsonaro afirmou que a Ford, na verdade, está querendo subsídios para permanecer no Brasil. A explicação dada pela montadora foi que sua produção de automóveis foi seriamente afetada pela pandemia da Covid-19, o que acabou resultando na redução das vendas, que já vinham em queda há anos.

O site UOL Carros entrou em contato com a Ford, que afirmou que não iria comentar as declarações do presidente Jair Bolsonaro.

Hamilton Mourão

Ainda que o vice de Bolsonaro partilhe de um pensamento similar a Bolsonaro, o general Hamilton Mourão na grande maioria das vezes se expressa de uma maneira que é esperada de uma autoridade.

Em entrevista à CNN, Mourão também falou sobre a montadora. Ele disse que ficou surpreso com a decisão da empresa em deixar o país. Ele acrescentou que a montadora poderia ter esperado um pouco mais, até mesmo porque o mercado brasileiro "é muito maior que outros por aí", disse Mourão, que comparado com Bolsonaro, é um cavalheiro.