O cenário atual no Brasil contabiliza, oficialmente, mais de 205 mil mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus, aumento do desemprego, fim do auxílio emergencial, além da atuação fraca de Jair Bolsonaro no combate à covid-19. Se antes as redes sociais eram dominadas pelo bolsonarismo, a situação se inverteu com uma força nunca antes vista.

Impeachment

As cenas chocantes de pacientes em Manaus com covid-19, sofrendo em leitos de hospitais pela falta de oxigênio fizeram com que as citações à palavra "Impeachment" tivessem um crescimento de mais de 300% na sexta-feira (15).

Apenas 9% deste total vinha de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Essas e outras informações constam do levantamento feito pela consultoria Arquimedes que a Carta Capital obteve com exclusividade. O levantamento chama a atenção pelo volume das menções em apenas 24 horas; foram 270 mil postagens até as 19h30 da sexta-feira (15). Até as 21h, a quantidade de posts atingiu o número de 320 mil.

Sergio Moro

Somente quando o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, abandonou o cargo em abril de 2020 que houve uma mobilização tão grande pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, quando as postagens atingiram 225 mil.

Apesar da participação da oposição ao Governo federal, é curioso notar a importante participação de atores fora desse segmento político nas redes sociais.

Os atores Fábio Porchat e Bruno Gagliasso sãos os maiores influenciadores de parcela do grupo que pede o impeachment, o que critica a atuação do presidente da República e do Ministério da Saúde.

Os pedidos de impeachment do presidente ainda são majoritariamente de perfis de esquerda, porém já se pode ver a presença de perfis de outras ideologias políticas, exemplo deste fato são os grupos políticos: MBL e Vem Pra Rua.

E ainda existem outros perfis que não costumam se envolver diariamente sobre assuntos políticos, como é o caso do comediante Fábio Porchat. Na sexta-feira (15) foi registrado um recorde nas menções que pediram o impedimento do chefe do Executivo, declarou Pedro Bruzzi, sócio da consultoria Arquimedes.

Desde a última quinta-feira (14), quando as tristes cenas de Manaus repercutiram no mundo todo, vieram à tona postagens de parlamentares bolsonaristas fazendo pressão e celebrando o recuo do lockdown pelo governador do Amazonas, Wilson Lima.

Se o lockdown tivesse sido posto em prática, isto teria amenizado um pouco o colapso da capital do Amazonas. As mensagens revoltaram as redes sociais e incentivaram os pedidos de impeachment de Jair Messias Bolsonaro. Até o momento, foram protocolados no Congresso Nacional 60 pedidos de impeachment, porém nenhum deles foi pautado.