Uma das participantes do "Big Brother Brasil 21", a consultora de marketing Sarah, além de certo apreço para com o governo do presidente Jair Bolsonaro, tem revelado aos poucos, durante o programa, certas atitudes que se conciliam perfeitamente com radicais que aparecem uma vez ou outra na internet para subestimar (ou pior, debochar) da atual pandemia que assolado o país. Levando em conta que ao entrarem no programa a Covid-19 já se mostrava um grande problema no Brasil, muitos têm se mostrado indignados com as declarações de Sarah sobre a pandemia, ironizando os efeitos da doença e demonstrando falta de sensibilidade para com as vítimas desse mesmo mal.
'Eu gosto dele'
Suas posições políticas começaram a ser desveladas em conversas descontraídas no quarto da casa e, numa delas, a participante revelou ter deixado de seguir o presidente em rede social com medo de "cancelamento". Depois, admitiu sua posição: "Impeachment de algum presidente, de algum país? Não do nosso, eu gosto dele". A reação foi imediata. Na internet, muitos se mobilizaram com a hashtag #ForaSarah, enquanto outros se decepcionaram com a garota que eles viram, um dia, como a favorita para vencer o reality.
Em outro momento, na festa do líder Fiuk, Sarah relembrou sobre o processo de seleção para o reality e disse ter sido questionada em entrevista, em relação aos seus vídeos de festas que então eram postados na internet, se a pandemia não existe para ela, no que respondeu: "uai, eu não tô sentindo é nada".
Logo depois, na mesma conversa, a participante mostrou para o público, em tom de brincadeira, como ela era "privilegiada": "Posso falar? Eu não peguei covid porque Deus me ama". Ora, é por esse fio de pensamento que essa garota trata o assunto, botando à margem da "graça" quem por acaso contraiu o vírus?
O momento errado para passar da conta
No último domingo (21), Sarah ironizou mais uma vez os efeitos da pandemia ao pôr uma máscara no rosto e dizer que entraria ao vivo daquele jeito "só pensando nas vítimas da Covid-19". Brincadeira infeliz que faz com que cresça cada vez mais o ranço do público com a participante, ainda mais se lembrarmos do agravamento atual de uma segunda onda.
Não bastasse ela ter revelado que frequentou festas clandestinas em plena pandemia, agora ela escancara de vez as portas do deboche e parece não se importar que existe um mundo pulsante lá fora, tão vulnerável quanto atento às tragédias da crise.
Sarah nos lembra hoje aquele típico bolsonarista que só consegue ser um "cidadão de bem" se trouxer em seu discurso –mesmo que anuviado– um desprezo escancarado pelos outros. Ora, ao expor suas posições políticas num programa vigiado 24 horas por dia, Sarah se abre também às suas consequências. Se, por um lado, não há problema em ela expor suas posições em qualquer lugar que seja, por outro lado, o público pesca a todo momento suas contradições, como, por exemplo, ela estar falando suas bobagens justamente dentro da emissora mais demonizada pelo presidente.
Hoje, a consultora de marketing parece já estar marcada, pois tem precipitado sua "curtição" no momento e no lugar errados, quando o atual cenário desponta em crise e parece não haver mais paciência do público para tais meninices.