No último domingo (23), a cidade do Rio de Janeiro foi o palco escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para promover mais uma aglomeração e ser flagrado sem utilizar máscara de proteção facial contra o coronavírus. O mandatário chegou de helicóptero ao Parque Olímpico, zona oeste do Rio, por volta das 9h30.

Depois de, junto de sua comitiva, ter sido recebido por apoiadores, o líder do Executivo fez de motocicleta o trajeto até o Monumento dos Pracinhas, no Flamengo, zona sul carioca, onde a aglomeração foi dispersa. O evento teve a duração aproximada de 1h30.

Irresponsabilidade

A passagem do presidente da República pelo Rio de Janeiro tem como marca as aglomerações provocadas pelo ocupante do Palácio da Alvorada, que reiteradamente desrespeita as determinações de seu próprio Ministério da Saúde que recomenda o distanciamento social e o uso de máscaras, medidas essas que são quase que diariamente criticadas por Bolsonaro que insiste em viajar pelo país provocando aglomerações. Em seu novo ato de irresponsabilidade, o amigo de Fabrício Queiroz foi recepcionado por seus apoiadores, que em sua imensa maioria não estava utilizando máscara.

Nem mesmo os alertas que o próprio Governo federal vem recebendo sobre uma nova onda de casos da Covid-19, em que especialistas afirmam que será ainda pior, e com a paralisação da queda da média móvel de mortes causadas pela doença são capazes de fazer com que o presidente pare de promover aglomerações.

Mais uma vez, Bolsonaro agiu como se estivesse acima das leis que todos os cidadãos devem obedecer. No Rio de Janeiro há um decreto estadual que obriga a utilização de máscara em locais públicos em todo o estado do Rio.

PM

Para garantir a segurança do presidente Bolsonaro, a Polícia Militar (PM) mobilizou mais de 1.000 policiais de mais de 20 batalhões.

A aglomeração em defesa do presidente da República acontece no momento em que o governo federal está sendo pressionado pelos fatos que estão sendo revelados na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investiga as ações e omissões do governo federal na gestão da pandemia. A chamada CPI da Covid.

Lula

Outra motivação para que Bolsonaro promova esse tipo de ato em apoio ao seu governo é a alta crescente nas pesquisas de intenção de votos de seu principal oponente na disputa eleitoral do próximo ano.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem crescendo nas últimas pesquisas eleitorais, o que obviamente preocupa Bolsonaro.

Críticas

Enquanto Jair Bolsonaro vive em sua realidade paralela, em que se dá ao luxo de promover eventos totalmente desnecessários em meio a uma crise sanitária que já tirou a vida de quase 450 mil mortos no Brasil. Políticos oposicionistas falam sobre a atitude do presidente.

Um dos que criticaram mais essa aglomeração promovida por Bolsonaro foi o senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI da Covid que afirmou que o evento é uma mostra da "crueldade" de Bolsonaro diante de uma nação com "14,5 milhões de miseráveis", criticou o parlamentar.

Multa

Se Bolsonaro no Rio de Janeiro conta com a conivência do governador aliado Cláudio Castro (PSC) para desrespeitar a lei, a mesma coisa não aconteceu quando o presidente promoveu uma aglomeração no Maranhão, estado governado por Flávio Dino (PCdoB). O governo maranhense multou o presidente da República por na última sexta-feira (21) promover aglomeração e não utilizar máscara.