A Ordem do Mérito da Defesa se trata de uma honraria que é dada a autoridades e personalidades civis e militares que prestaram serviços ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas do Brasil. Muitos podem considerar a homenagem como uma bobagem, e este pensamento pode ser corroborado pelas personalidades que ganharam a honraria na cerimônia realizada na quinta-feira (10), que comemorava os 22 anos da existência do Ministério da Defesa.
A lista de Bolsonaro
Entre os ministros ganhadores da homenagem estão: Anderson Gustavo Torres (Justiça e Segurança Pública); Carlos Alberto França (Relações Exteriores); Fábio Faria (Comunicações); Flávia Arruda (Secretaria de Governo); Gilson Guimarães (Turismo); Marcelo Queiroga (Saúde); Milton Ribeiro (Educação); e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).
E também os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Além desses, estão também o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o comandante do Exército, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que livrou Pazuello de uma punição. Eduardo Pazuello participou de um ato político ao lado do presidente da República, e militares da ativa, como é o caso do general, são proibidos de participarem de manifestações do tipo sem prévia autorização da corporação.
Se já é algo estarrecedor que o presidente da República perca tempo com futilidades como essa justamente em um sério momento em que o país está perdendo a batalha contra o coronavírus --já são quase 480 mil mortos pela Covid-19--, a situação fica ainda mais espantosa se forem analisados os nomes dessa lista.
Como, por exemplo, pode-se indagar que serviços relevantes foram prestados pelo general especialista em logística Eduardo Pazuello, que ocupou o Ministério da Saúde e teve atuação mais que desastrosa no comando da pasta. Ou ainda, o seu sucessor o médico Marcelo Queiroga. Talvez Queiroga tenha feito por merecer a honraria depois de sua espantosa determinação de defender o presidente da República, como foi visto em seu segundo depoimento na CPI da Covid do Senado.
Até mesmo Arthur Lira e Rodrigo Pacheco ganharam a homenagem, será que o agrado será o suficiente para fazer os parlamentares do Centrão continuarem apoiando o mandatário?
Não é novidade para ninguém que Bolsonaro acredita que a presidência da República é uma extensão de sua casa. O amigo de Fabrício Queiroz nem mesmo se dá o trabalho de tentar disfarçar isso, basta relembrar o caso de quando quis indicar seu filho 03, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para ocupar o cargo de embaixador nos Estados Unidos.
Agora, Bolsonaro também colocou na lista de laureados sua própria esposa, Michelle Bolsonaro. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União da segunda-feira (7). A condecoração da primeira-dama acontece logo após seu nome ter aparecido junto com o de um assessor do Palácio do Planalto em uma investigação da Polícia Federal (PF) que vinculou o nome dos dois ao denominado “gabinete do ódio”, em que eles teriam usado contas falsas para disseminarem mensagens. A investigação é parte integrante do inquérito que investiga atos antidemocráticos, como foi publicado pelo portal UOL. O portal tentou entrar em contato com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, mas não obteve resposta.