O partido Rede Sustentabilidade resolveu se movimentar em relação às declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as eleições de 2018. Bolsonaro repete, insistentemente desde sua vitória, que ele só não venceu as eleições presidenciais em 2018 no primeiro turno porque houve fraude nas urnas eletrônicas.

A instituição, então, protocolou oficialmente no Supremo Tribunal Federal (STF) um mandado de segurança para que o líder do Executivo, de maneira obrigatória, apresente no prazo máximo de dez dias, as “supostas provas” que diz ter sobre a fraude que foi vítima na eleição que ele próprio ganhou.

Live

A teoria de Bolsonaro foi repetida pelo presidente na última live que ele fez em suas redes sociais na última quinta-feira (17). O ocupante do Palácio da Alvorada voltou a comentar sobre a fraude que ele alega que o impediu de, já no primeiro turno da eleição de 2018, ter saído vencedor.

Bolsonaro também afirmou que o atualmente deputado Aécio Neves (PSDB-MG) ficou na frente da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na disputa eleitoral para presidente de 2014.

Resposta

Também na quinta-feira (17), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso, concedeu entrevista à CNN Brasil e declarou que o presidente da República tem o “dever cívico” de mostrar as provas que afirma ter sobre as supostas irregularidades nas eleições de 2018.

De acordo com Barroso, nunca aconteceu fraude eleitoral documentada nas urnas eletrônicas do país.

Na última sexta-feira (18), a CNN entrevistou Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, que declarou que o presidente da República tem a “obrigação” de mostrar as provas que diz ter sobre a suposta fraude, pois a democracia depende da lisura de seus procedimentos, tendo a eleição como o principal dele, explicou o cientista político.

Na ação da Rede, o partido pede para que Jair Bolsonaro e seus assessores percam o direito de se manifestarem publicamente sobre possíveis fraudes eleitorais se não mostrarem as provas das irregularidades ou que elas sejam consideradas insuficientes pelo Supremo.

O partido afirma no pedido que o presidente tenta tirar a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro, provavelmente prevendo um cenário que será derrotado na disputa presidencial de 2022.

Quem também criticou as declarações do presidente Bolsonaro foi o ex-ministro do STF e do TSE, Nelson Jobim, ele na quinta-feira fez críticas a proposta de emenda constitucional que pede a implementação do voto impresso e foi categórico ao declarar que só quem perde as eleições é que fala em fraude.