Na última segunda-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que na quinta-feira (29) vai finalmente apresentar as provas que diz ter sobre fraudes que teriam ocorrido nas Eleições presidenciais. O dia D, a hora H que Bolsonaro disse que irá mostrar as provas está marcado para as 19h de quinta-feira, durante sua live semanal pelas redes sociais.

O mandatário afirmou que talvez a live seja transmitida diretamente do Ministério da Justiça. O presidente afirmou que são “três momentos inacreditáveis” que ele irá mostrar com até mesmo fotografias de dados obtidos com o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Mas o presidente lamentou que ainda estejam faltando alguns dados que não lhe foram entregues ainda e complementou dizendo que logo irá conseguir essas informações, pois não se trata de tarefa fácil de ser cumprida.

O jornalista Ricardo Noblat, em sua coluna no site Metrópoles, apontou que Bolsonaro no ano passado já havia prometido que iria apresentar as provas de que as urnas eletrônicas não são seguras. O presidente Bolsonaro fez a declaração em uma viagem que fez aos Estados Unidos. O presidente disse que iria provar que houve fraude na eleição de 2018. Jair Bolsonaro alegou na ocasião que a fraude ocorreu ainda no primeiro turno. “Nós temos não apenas palavra. Nós temos comprovado”, disse o presidente há mais de um ano.

Assim como havia feito anteriormente, o líder do Executivo voltou a prometer que apresentaria as provas das fraudes, mas voltou a colocar impedimentos para mostrar as tais provas. Até mesmo a direção da Polícia Federal (PF) entrou na história e tentou achar as provas que o presidente tanto procura de que houve irregularidades nas urnas eletrônicas.

No mês de junho, a Corregedoria da PF encaminhou um ofício a todas as superintendências dos estados solicitando que fossem encaminhadas todas as denúncias de irregularidades apuradas desde 1996, o ano em que as urnas eletrônicas foram adotadas no Brasil.

Estadão

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a PF não tem até o momento nenhum indício de fraude que envolva a urna eletrônica.

Somente um inquérito sobre o assunto foi achado. A investigação foi realizada em 2012 e nela a corporação chegou à conclusão que não aconteceu fraude eleitoral, mas sim uma tentativa de estelionato.

A obsessão de Bolsonaro em provar que a urna eletrônica não é segura tem alguns aliados, entre eles o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), relator da PEC do voto impresso. Barros mandou uma equipe ao presídio Professor Jacy de Assis, em Minas Gerais, para entrevistar o hacker Marcos Roberto Correia da Silva, que cumpre pena por ter invadido sites e ter aplicado golpes na internet.

O parlamentar então divulgou o vídeo em que fazia a denúncia de uma suposta fragilidade do sistema de votação. Repleto de informações inverídicas, o vídeo foi compartilhado nas redes bolsonaristas e assistido mais de 500 mil vezes.