Estreou na Netflix na sexta-feira (13) a produção “Beckett”. A produção é a segunda experiência de Ferdinando Cito Filomarino na direção de um longa-metragem. O roteiro é do próprio diretor em parceria com Kevin A. Rice. O filme é protagonizado por John David Washington, que interpreta o personagem-título. Ainda estão no elenco: Alicia Vikander, Boyd Holbrook, Lena Kitsopoulou, Panos Koronis e Maria Votti.
Spoiler
A trama gira em torno de Beckett, que está em férias com sua namorada April (Vikander) na Grécia. A Netflix, diferente de vários sites, não se aprofundou na trama do filme, possivelmente para não dar spoilers.
A plataforma de streaming classificou seu novo filme como uma mistura de “O Fugitivo” (1993) com a série “Homeland”.
Currículo
Talvez ainda haja quem não saiba que John David Washington é filho do duas vezes vencedor do Oscar Denzel Washington. Até mesmo porque não há grandes semelhanças físicas entre os dois. Mas John David Washington, mesmo com uma ainda curta carreira no audiovisual, já mostrou que não precisa do epíteto para se destacar em Hollywood.
Curiosamente, o jovem astro em ascensão teve uma carreira como jogador de futebol americano antes de optar pela dramaturgia. John David participou da série da HBO “Ballers” (2015-2019). Ele se destacou no Cinema no filme de Spike Lee “Infiltrado na Klan” (2018) e protagonizou ao lado da estrela Zendaya Malcolm & Marie (2021) de Sam Levinson, outra produção da Netflix.
Caiu como uma luva a definição dada pela plataforma de streaming do que se trata o filme, o problema é que a produção se sai melhor em seu lado “O Fugitivo” do que não sua parcela “Homeland”, o filme cai consideravelmente de produção quando envereda para o thriller político.
Filomarino não reinventou a roda ao contar a história de um homem comum que se vê em uma situação desesperadora em que tem que lutar por sua vida, porém, ao colocar a responsabilidade sobre os ombros de Washington para ser o grande destaque da trama, o ator desempenha o papel com maestria.
O ator consegue passar toda a carga dramática em que o papel pede em determinadas situações, e também constrói um personagem que é fácil de acreditar ser real.
Destaque também para o roteiro que, ao colocar em várias cenas o protagonista em contato com pessoas de um país em que ele não conhece a língua, faz com que o público sinta a sensação de deslocamento que o personagem está sentindo.
O tom minimalista com que a trama é conduzida também merece parabéns, pois a produção se distancia dos clichês de filmes de Hollywood e dá um toque de originalidade à trama.
A queda
Estava tudo indo muito bem, mas quanto mais a trama avançava, podia se notar que ela estava caminhando para se tornar mais um filme genérico visto tantas vezes em Hollywood. Principalmente em seu ato final. Todo o bom trabalho que havia sido visto nos dois primeiros atos foi jogado fora no terceiro quando o filme abusou dos clichês hollywoodianos, e fez com que a produção por não ter um orçamento de um blockbuster ficasse mais parecida com um filme B de ação. No final das contas, o filme só vale para ver o bom trabalho de John David Washington.