O Turismo atua no terceiro setor, que representa um elemento integrante da Sociedade civil, sendo considerado uma fonte importante de desenvolvimento setorial, oferecendo à sociedade o que o Estado não supre totalmente no que se refere as suas obrigações constitucionais e estruturais.

Nesse sentido, o Terceiro Setor, é um agente mobilizador de um grande volume de recursos materiais e humanos, impulsionando iniciativas dirigidas para o desenvolvimento social, setor no qual se inserem todas entidades de interesse social, voltadas para as associações civis, sociedades civis sem fins lucrativos e as fundações de direito privado.

Assim, de acordo com o pesquisador Francisco de Castro Matos, as organizações não governamentais que trabalham com o Turismo fazem compreender que é necessária “uma nova postura da sociedade no sentido de conscientizá-la de que o desenvolvimento do turismo receptivo numa determinada região pode ser um meio de sobrevivência, inclusão e cidadania”.

Para o pesquisador, “o mesmo atrativo oferecido ao visitante é também planejado, organizado e fiscalizado para e pelo morador”, fazendo com que este passe a atuar diretamente no desenvolvimento da localidade em que reside. Isso ocorre em razão de que uma cidade que oferece boas condições para os seus visitantes, também oferece qualidade de vida para seus moradores.

Estratégias

O Turismo Receptivo requer que o município ofereça ao seu visitante uma certa infraestrutura, na qual se destacam meios de hospedagem, transportes públicos, alimentos e bebidas (bares e restaurantes), dentre outros fatores que garantam um mínimo de conforto aos visitantes. Na maioria dos casos, percebe-se que esses mesmos equipamentos são aqueles usufruídos pela comunidade local.

Logo, ao capacitar uma cidade para o turismo, melhora-se, consequentemente, sua infraestrutura para seus moradores.

No entanto, muitos são os que acreditam que a criação dessas estratégias seja de mera responsabilidade do governo, ignorando o fato de que a participação da sociedade civil e privada podem (e devem) atuar diretamente para o seu desenvolvimento.

Para que isso ocorra, existem uma série de requisitos a serem adotados para que um município seja capaz de desenvolver todo o seu potencial turístico e receptivo. O primeiro passo é criar uma Coordenação do Turismo, onde haja participação de membros da sociedade civil e gestores públicos, trabalhando em conjunto para sua expansão.

Assim, através do Plano de Regionalização do Turismo, pautada no Plano Nacional de Turismo (2018-2022), desenvolvido pelo Ministério do Turismo (MT) brasileiro, buscou-se dar ênfase ao fortalecimento da atuação regionalizada, bem como, oferecer incentivos à melhoria da qualidade, à inovação e sustentabilidade da atividade turística.

Nesse contexto, o desenvolvimento turístico de uma região necessita da ação, cooperação e integração de todo o seu trade, permitindo a criação de parcerias estratégicas e de uma gestão descentralizada e integrada, com projetos e programas que permitam a uma dada região e municípios compartilhar suas alternativas de desenvolvimento, respeitando, cada uma, suas próprias especificidades e realidades.

Nesse sentido, “O processo de Regionalização do Turismo deve ser visto sob a ótica dos desafios da sua dinâmica, que envolve a integração e a cooperação entre municípios de uma região turística; a fragilidade das políticas locais voltadas ao desenvolvimento turístico e a pouca prática de gestão integrada de atores públicos, privados e do terceiro setor”, como afirma a Cartilha de Institucionalizacão da Estancia, fornecida pelo MT.

O que fazer

Para solucionar essa problemática são oferecidos diversos instrumentos para instruir e capacitar os membros de uma comunidade para desenvolver corretamente o turismo em seu município, facilmente acessíveis em sites do Ministério do Turismo.

No entanto, o que se percebe não é falta de interesse das localidades em utilizar-se das estratégias e mecanismos legais disponíveis.

Mas, a falta de conhecimento da comunidade e dos gestores locais para a criação de um planejamento adequado para sua comunidade. Em outras palavras, a falta do conhecimento do funcionamento dessas ferramentas, muitas vezes é ignorada para a grande maioria, fazendo com que todo o potencial que podem alcançar seja perdido.