Nesta quarta-feira (17) a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmou ter sido bloqueada no Twitter pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), porque a parlamentar teria feito um comentário sobre o artigo 142 da Constituição Federal.

Bolsonaro costuma comentar muito sobre esse artigo para fazer a defesa de usar as Forças Armadas para garantir a sua gestão. Segundo a parlamentar, ela aconselhou o presidente a parar de defender esse artigo, pois pode virar contra ele próprio.

A deputada mais votada do estado de São Paulo disse que o presidente a teria bloqueado na mídia social porque “foi lá dizer para ele parar de falar do artigo 142 da Constituição".

Para terminar, Paschoal disse que tudo que estava acontecendo está mostrando que ela tinha razão.

Num acréscimo no post anterior, a deputada disse que nunca escondeu que tinha muitas divergências com o governo e que quem segue ela há bastante tempo vai se lembrar que muito antes da eleição de Bolsonaro já examinava essas diferenças.

Isso não quer dizer, segundo Janaina, que não pode deixar de dizer que está bastante preocupada com o rumo que as investigações estão tomando.

A parlamentar ainda disse que ainda compartilharia um post do Bolsonaro sobre o assunto do inquérito de notícias falsas e que a Polícia Federal está cumprindo vários mandados de busca e apreensão contra apoiadores do governo Bolsonaro.

Janaina se mostrou preocupada no post e pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que esse inquérito tenha transparência, pois, os cidadãos devem saber o que está por trás das investigações.

No último domingo (14), a deputada Janaina Paschoal disse que os filhos de Bolsonaro atrapalham o governo federal e que até chegou a acreditar que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), terceiro filho do presidente, queria derrubar o próprio pai.

Coautor do artigo 142 explica

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) defendeu em entrevista ao portal UOL que o mesmo artigo 142 que está na Constituição Federal, e que está sendo muito comentado, inclusive pelo presidente, poderia ser usado por quaisquer dos três poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Isso poderia ser a garantia da lei e da ordem, mas alerta: isso não quer dizer colocar como responsabilidade tutelar dos militares.

Ainda, FHC afirmou que foi coautor do artigo e explica que qualquer um dos poderes da República podem invocá-lo para garantir a lei e a ordem, e também que militares podem intervir igualmente.

No dia 29 de maio, Bolsonaro fez uma divulgação em suas redes sociais de uma entrevista com o jurista Ives Gandra Martins, que faz a defesa das Forças Armadas e que esta tem o poder de moderar quando tiver conflitos entre os três poderes.