A ativista e apoiadora do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Sara Fernanda Giromini, que adotou o pseudônimo Sara Winter, foi presa na manhã desta segunda-feira (15), em Brasília, pela Polícia Federal. A prisão temporária foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Sara lidera um grupo chamado 300 do Brasil, em apoio a Bolsonaro. Outros, que também são membros do grupo, tiveram prisão decretada.

Segundo investigações, os membros desse grupo são suspeitos de organizar e arrecadar dinheiro para manifestações antidemocráticas e também contra a Lei de Segurança Nacional.

O grupo 300 do Brasil participou de atos em frente ao Supremo, no último sábado (13), quando alguns manifestantes lançaram fogos de artifício contra o edifício onde fica a Suprema Corte. No dia 30 de maio, Sara liderou um ato, na região da Esplanada dos Ministérios, com referências a grupos neonazistas e de supremacia branca americanos.

Sara Winter também foi a responsável por organizar um acampamento na mesma Esplanada, que reuniu militantes que são a favor do governo Bolsonaro, no começo do mês de maio.

Em um vídeo gravado em frente à Suprema Corte, Sara Winter chamou os manifestantes para seguirem acampando em frente à casa do ministro Alexandre de Moraes e ofendeu o mesmo. Sara disse que sabia onde Moraes morava e que os manifestantes iriam acampar em frente à casa dele.

Ela pediu para os manifestantes de São Paulo saírem da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e acamparem em frente à casa do ministro.

Depois desse vídeo, houve manifestação em frente ao apartamento onde Moraes mora na capital paulista e pelo menos duas pessoas foram presas por desobediência.

A prisão de Sara Winter e de outros membros do grupo aconteceu em razão da investigação do financiamento de atos contra a democracia, e não tem relação nenhuma com outra investigação de produção e postagem de notícias falsas nas redes sociais.

Em entrevista ao G1, a defesa de Winter disse que ainda não tem nenhum conhecimento sobre o motivo pela qual ela foi presa.

Atos contra a democracia

No sábado (13), houve uma manifestação, com cerca de 30 membros apoiadores de Bolsonaro, em frente ao prédio do STF. Na ocasião, eles fizeram vários lançamentos de fogos de artifício contra o prédio da Corte.

Já na parte da tarde do último domingo (14), o ex-servidor federal Renan Sena, que também é um membro do grupo 300 do Brasil, teve prisão decretada por calúnia e também injúria, depois de postar um vídeo com várias ofensas contra membros dos Três Poderes e contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF). Renan foi solto após assinar um termo de comparecimento de juízo.

Na ação, os apoiadores de Bolsonaro fizeram várias ofensas contra os ministros do STF, principalmente contra o presidente do STF, Dias Toffoli. Em tom de ameaça, eles perguntavam se a Suprema Corte tinha entendido o “recado” e ainda avisaram para eles se prepararem.