Neste domingo (2), dois homens saíram para caçar na Fazenda Paraíso, na cidade de Itanhandu, em Minas Gerais. Durante a caçada, um dos homens alvejou o colega, que acabou morrendo. De acordo com o atirador, ele teria confundido seu amigo com um javali.

Após alvejar o colega de caça, o homem contou que tentou prestar socorro à vítima, porém, devido à dificuldade causada pela mata fechada no local, ele não conseguiu resgatar o amigo sem ajuda, ele então se dirigiu à sede da fazenda, pedindo ajuda e solicitando que ligassem para a Polícia.

Polícia Militar

De acordo com informações da Polícia Militar, o suspeito contou em depoimento que a vítima, Paulo César da Silva, de 43 anos, e ele eram amigos há muitos anos e que decidiram ir ao local após tomarem conhecimento de que um javali estava rondando a área.

No depoimento, o homem disse que eles estavam na mata e, quando perceberam a presença do animal, seu amigo teria disparado o primeiro tiro e neste momento, ao perceber a movimentação no meio da mata, ele acreditou ter visto o javali correndo, atirando em sua direção, porém, logo depois do disparo ele ouviu os gritos e percebeu que havia alvejado o amigo.

Prisão

O homem que executou o tiro foi encaminhado à delegacia após ser preso em flagrante.

A arma de Paulo César era uma espingarda de calibre 28, e o suspeito portava uma de calibre 32. Além da arma, o homem entregou à polícia 11 cartuchos, sendo que apenas um deles estava vazio.

O local passou por perícia técnica e assim que foi concluída o corpo de Paulo César foi encaminhado ao IML de São Lourenço.

Licença

Os caçadores possuíam registro legal para posse de armas, porém não tinham autorização para o porte.

A caça de javalis também era autorizada pelo registro dos amigos junto ao IBAMA, que permite que eles realizem manejos com Animais exóticos invasores, porém seus registros lhes dá direito de caça através de armadilhas, bestas, arcos de pressão, etc., sem a inclusão de armas de fogo. A caça com armas de fogo exige um registro de Caçador do Exército, documento que os amigos não tinham.

De acordo com o tenente José Ednilson Marcelino da Silva, durante a ocorrência a Polícia Ambiental foi acionada, no entanto, a caça aos javalis não configura crime por não ser um animal considerado parte de nossa fauna. Desde o ano de 2013, a caça da espécie é liberada, pois além de ser considerado um animal exótico invasor, ele é prejudicial à economia e ao meio ambiente.

Acusação

O atirador responderá por homicídio culposo, quando não existe intenção de matar. Ele prestou depoimento na delegacia, e por ter confessado o tiro, e as averiguações configurarem acidente, o autor do disparo aguardará o julgamento em liberdade.

Até o momento não existe nenhuma denúncia ou testemunha que mostrem qualquer tipo de problemas no relacionamento entre os dois caçadores e amigos.