Dois engenheiros de uma empresa terceirizada da Vale, a TÜV SÜD, foram presos na manhã desta terça-feira (29), assim como outros três engenheiros da própria Vale. As prisões aconteceram em São Paulo (no caso dos terceirizados) e em Minas Gerais, no caso dos funcionários da Vale. Os cinco são suspeitos de ter responsabilidade no rompimento da B1, barragem da Mina do Feijão, que se rompeu na última sexta-feira (25), causando uma grande tragédia humana, física e ambiental. O número de mortos já passa dos 60 (65 até o início da manhã desta terça) e ainda existem 279 pessoas desaparecidas.

O Ministério Público suspeita que documentos técnicos emitidos por empresas terceirizadas da Vale possam ter sido fraudados. Os documentos atestavam a segurança da barragem, que não resistiu à pressão dos rejeitos de minério e lama.

Dentre os presos estão André Yassuda e Makoto Namba, ambos terceirizados, além de Cesar Augusto Paulino Grandchamp (geólogo), Ricardo de Oliveira (gerente de Meio Ambiente Corredor Sudeste da Vale) e Rodrigo Artur Gomes de Melo (gerente executivo do Complexo Paraopeba da Vale).

Barragem era segura, segundo documentos

Os cinco suspeitos presos, segundo o MP, tiveram papel direto e decisivo no atestado de segurança da barragem B1, a que rompeu e causou a tragédia humana de poucos precedentes no Brasil.

Makoto Namba, segundo os investigadores, possuía em sua casa, diversos recortes de jornal sobre a tragédia em Mariana e, inclusive, um extrato de conta no exterior. As prisões dos suspeitos são em regime temporário e tem validade de 30 dias.

Segundo o G1, a defesa dos suspeitos não havia sido localizada até então e a Vale emitiu nota dizendo que está ajudando as autoridades.

Já a TÜV SÜD Brasil revelou em nota após a prisão de seus funcionários que não irá se pronunciar e que tem colaborado com as autoridades brasileiras. A empresa ainda ressalta que fez uma inspeção regular de segurança em setembro de 2018 e uma revisão em junho de 2018.

Empresas são alvo de mandados de busca e apreensão

A Polícia Federal em São Paulo também participa da operação e cumpre, neste momento, dois mandados de busca e apreensão em empresas que prestaram serviços para a Vale.

Como a operação está em andamento, o nome das empresas foi mantido em sigilo. O MP de Minas Gerais coordena toda a operação.

Cabe lembrar que as buscas continuam e equipamentos israelense já foram instalados e ajudaram a identificar móveis e corpos que possivelmente estavam no local de alimentação no momento da barragem. A descoberta pode revelar novos corpos soterrados.