A Polícia Civil do Estado de São Paulo está dando total prioridade às investigações sobre o atentado praticado na manhã desta quarta-feira (13) na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande SP, quando dois jovens invadiram o local e abriram fogo contra alunos e funcionários. Sete pessoas morreram dentro da escola, sendo cinco alunos e duas funcionárias. Minutos antes, um dos atiradores foi à loja de veículos do tio e disparou três tiros contra ele, que acabou morrendo no hospital.
Ao todo, 25 investigadores estão trabalhando diretamente no caso em regime de revezamento durante 24 horas, a fim de apurar os reais motivos que levaram os dois atiradores a praticarem o atentado.
O caso é investigado pela delegacia seccional do município de Suzano, que recebeu apoio de policiais da capital paulista e do município vizinho de Mogi das Cruzes.
As investigação da Polícia Civil
Em entrevista concedida ao UOL na manhã desta quinta-feira (14), policiais afirmaram que os dois assassinos planejaram o atentado por meio do Facebook. Por trocas de mensagens na rede social eles teriam orquestrado a logística e a ação.
Segundo informações dos investigadores, em uma das mensagens os criminosos escreveram que iriam alugar um carro e que se vingariam das pessoas que causaram mal a eles.
A polícia trabalha com a hipótese de que a motivação para o crime foi o ódio e que a ação vinha sendo orquestrada há meses.
No entanto, os investigadores disseram a reportagem da UOL que não poderiam dar maiores detalhes sobre a investigação, pois ela corre em segredo de Justiça. O que a polícia descobriu até o momento é que os dois assassinos eram vizinhos e se encontravam regularmente em uma lan house para jogar jogos considerados violentos. Os agentes foram até a lan house e apreenderam computadores, tablets e anotações.
O fórum do ódio
A UOL constatou a existência de um fórum do ódio na internet, usado para disseminação de agressividade contra grupos determinados. Os frequentadores do fórum anônimo comemoraram e elogiaram a ação dos dois atiradores na escola de Suzano, e alguns trataram os dois como heróis.
A Polícia Civil tem informações de que Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, frequentaram o fórum e questionaram dias antes do crime qual seria a melhor forma de cometer o atentado.
A reportagem descobriu que entre ontem e hoje há 14 fóruns sobre o tema. Nestes fóruns são encontrados diversos elogios a diversos crimes de feminicídio, homicídios de negros e violência policial. No entanto, para a polícia, a motivação do atentado desta quarta não partiu dali, pois os atiradores não escolheram suas vítimas, e os disparos foram constatados como aleatórios.
O perfil agressivo de Guilherme
Segundo o UOL, uma professora da escola procurou a delegacia e manifestou o desejo em colaborar com as investigações policiais. Ela teria dito que Guilherme, um dos assassinos, ao ser expulso da escola teria dito que se vingaria de todos. A professora, que pediu à reportagem para não ser identificada, afirmou que o jovem foi expulso por seu comportamento violento.
Outra linha de investigação da Polícia Civil aponta para a morte de Jorge Morais, de 51 anos, tio de Guilherme. Para a polícia há indícios que Jorge teria sido uma queima de arquivo. Segundo os investigadores, o tio de um dos atiradores teria descoberto o plano homicida da dupla, assim para não ter a ação frustrada, os delinquentes decidiram primeiro matar o empresário.