A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre o avanço da pandemia do coronavírus na América Latina nesta quarta-feira (22). A entidade declarou que a região viverá nos próximos dias seu pior momento e que os países da região devem aumentar seus programas de prevenção e detecção do vírus, como forma de minimizar os impactos causados pela pandemia.
Cristian Morales, representante no México da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), declarou em entrevista coletiva feita e transmitida virtualmente que: “O epicentro da epidemia está se deslocando da Europa para as Américas, o que nos deu tempo para nos preparar para o que está por vir".
Para Morales, esse fato é motivo de grande preocupação e os países devem tomar todo tipo de precaução para detecção do vírus e isso deve ser feito em nível nacional e local. Para o mexicano, os países do continente devem manter o isolamento social, mantendo em atividade apenas os trabalhos essenciais, mas de forma a garantir o distanciamento físico.
O coronavírus no México pode ser devastador
Para Antonio Molpeceres, coordenador residente do Sistema das Nações Unidas no México, a reconversão de hospitais e serviços de saúde nos países é fator de grande importância no enfrentamento da pandemia e deve ser apressada.
Molpeceres mostrou grande preocupação com a situação mexicana, que registrou até agora mais de oito mil e setecentos (8.700) casos do novo coronavírus e mais de setecentas (700) vítimas fatais.
O país elevou o nível de alerta de saúde nesta terça-feira após atingir o aumento no número de infectados e mortos.
O governo mexicano adquiriu vários suprimentos médicos da China para atender de forma mais eficaz a necessidade local, no entanto, os profissionais da saúde do país fizeram um protesto por falta de material de proteção.
O coronavírus na América Latina
No domingo (19), a América Latina passou a barreira dos 100 mil contaminados pelo novo coronavírus. O Brasil segue como o país com maior número de contaminados e mortos da região. O país registrou nesta quarta-feira (22) a morte de mais 165 pessoas, elevando o número de vítimas fatais para 2.906.
Os casos confirmados no território nacional chegam a 45.757, com a taxa de letalidade de 6,4%.
Depois do Brasil, Peru, Chile, Equador e México são os países com maiores números de contaminados pelo novo cororavírus. O Equador vive em situação de calamidade pública, por conta da precariedade do seu sistema de saúde.
O coronavírus superlota os hospitais da região
Os hospitais públicos dos países da região estão com sua capacidade de atendimento comprometidos e como forma de minimizar os danos causados pelo novo coronavírus, Cristian Morales e Antonio Molpeceres alertam que o isolamento total deve ser intensificado até que o número de contaminados comece a reduzir em toda a região latina.
Segundo Cristian Morales e Antonio Molpeceres, a falta de leitos e de equipamentos para segurança dos profissionais da saúde são fatores que contribuem para a expansão do coronavírus.