Durante uma operação na favela da Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, um cachorro foi baleado. O tiro acertou a pata traseira do animal, que precisou ser amputada. Os moradores locais acusam um PM do Bope de ser o responsável pela ação e de ter aberto fogo propositalmente.
Testemunhas se protegiam dos disparos em um ponto de vans, local em que dois cachorros cuidados pela comunidade costumam ficar. Ao ver a Polícia abordando com agressividade alguns rapazes, um dos cães, conhecido como Orelha, latiu para o policial que, por pura irritação, teria disparado contra ele, mas o tiro acabou atingindo o outro cachorro, Guilherme.
Isso ocorreu às 8h da manhã de quarta feira (27) e o caso ganhou notoriedade através de um vídeo publicado em uma página do Facebook, no qual se vê Guilherme esperando atendimento. O responsável por levar o cão à clinica veterinária prestou atendimento e relata que, naquele momento, o cachorro estava vivo.
Guilherme foi adotado por trabalhadores locais ainda filhote
De acordo um morador de Vila Aliança, o animal foi adotado ainda filhote por trabalhadores do ponto de kombis no qual a troca de tiros aconteceu. O homem disse que estava presente no local e presenciou o tiroteio entre a polícia e os traficantes da Vila Aliança.
Após atirar no animal, o PM teria falado que se tratava apenas de um cachorro abandonado.
O outro membro do Bope presente na situação, ao ver o sangue no chão, perguntou aos presentes quem estava ferido. Ao ouvir que o seu companheiro havia baleado um cão, o segundo PM pareceu lamentar a situação.
Os presentes, então, se juntaram para pensar no que fazer por Guilherme. Levantaram o dinheiro necessário para o transporte e para a cirurgia, que já sabiam que seria necessária, mesmo sem o atendimento prévio do cachorro, e o encaminharam para a Fazenda Modelo.
A equipe do local atendeu prontamente ao cão, que se encontrava em estado grave devido ao tempo transcorrido entre o tiroteio e o transporte.
A cirurgia correu bem e Guilherme precisou de uma transfusão de sangue, o que a clínica não tinha como fornecer, uma vez que essa foi a primeira e única transfusão de sangue realizada da história da Fazenda Modelo, conforme foi dito ao socorrista por membros da equipe.
Por fim, graças à mobilização dos funcionários, Guilherme conseguiu a transfusão necessária para a sua sobrevivência. Ao ganhar as redes sociais, a história do cachorro teve grandes impactos, uma vez que muitos internautas se mostraram tocados com a situação vivenciada por Guilherme.
Nota da PM
A Polícia Militar emitiu uma nota no qual informou que os militares que participaram da ação não avistaram ou tiveram conhecimento que algum animal havia sido baleado durante o confronto. Foi salientado que se os militares tivessem conhecimento do caso, teriam prestado socorro e o animal poderia ter sido atendido pelo serviço veterinário da própria corporação.