Uma professora revistou as bolsas de crianças de 7 a 9 anos de idade por suspeitar que seu celular havia sido roubado por umas delas. O incidente foi relatado na última terça-feira (12), em uma pré-escola da cidade de Franca, interior de São Paulo, quando os pais pediram esclarecimentos da escola e prestaram queixa na Polícia. Já a Secretaria de Educação abriu um procedimento administrativo para investigar o ocorrido.
A professora ainda ameaçou as crianças para que elas não contassem esse episódio aos seus pais, contudo, algumas delas relataram o acontecimento.
De acordo aos relatos, as crianças foram abordadas pela professora durante uma aula de música de outra discente e pediu que todas as crianças fossem para fora da sala e ficassem sentadas no pátio, sob a supervisão da diretora da escola, que presenciou todo o acontecimento.
Dessa forma, a professora aproveitou a ausência dos alunos da sala e começou a realizar uma revista em todas as bolsas dos pequenos, com a intenção de encontrar o celular, supostamente roubado, bem como o responsável pelo ato. Entretanto, o aparelho não foi encontrado.
Segundo relata uma mãe, o caso não passou de uma mal-entendido da professora que, por sua vez, apenas tinha esquecido o seu celular em sua casa antes de ir trabalhar, já que a escola teria recebido uma ligação para avisar que o celular da professora estava em sua própria residência.
As crianças relataram que, quando voltaram para a sala de aula, todas as bolsas estavam reviradas. Como a professora não encontrou seu celular em nenhuma das bolsas, falou que ninguém deveria contar aos pais o ocorrido, em uma tentativa clara de silenciar as crianças.
O caso ganhou repercussão e foi feita uma reunião para decidir o destino da professora.
O Secretário de Educação do município de Franca, Edgar Ajax, afastou a educadora nesta segunda-feira (18) até que o caso seja esclarecido.
Ele também afirmou que o ambiente escolar deve ser um lugar de tranquilidade e harmonia para que as crianças possam se tornar bons cidadãos. Por isso, esse tipo de atitude foge desse conceito, tornando-se algo inaceitável, pois isso poderia causar sequelas emocionais gravíssimas nos alunos.
Postura da professora foi inadequada
O especialista de educação e psicólogo, Matheus Silveira, afirmou que a professora cometeu um grave erro, acrescentando que uma educadora deve ser um símbolo de afeto para as crianças.
Sendo assim, fazê-las passar por uma situação dessas pode deixá-las traumatizadas e, colocando-as no papel de vítimas de uma situação como essa, elas podem se sentir oprimidas. Tal sentimento faria com que o vínculo de confiança entre professor e aluno seja danificado.
Um inquérito foi instalado para investigar o ocorrido na escola Nelson dos Santos Damaceno.