A confusão teve início diante de uma reclamação a respeito de um molho no sanduíche que foi entregue de forma errada através de um pedido feito pelo telefone. Isso levou um policial militar a bater em uma mulher que seria dona da lanchonete em que ele fez o pedido, na madrugada da última quinta-feira (21), em Curicica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A câmera de segurança da loja flagrou o momento em que Augusto César Lima Santana, lotado no 9º BPM (Rocha Miranda), puxou a comerciante pelos cabelos, arrastando-a pelo chão e a golpeando com chutes pelo corpos e socos em sua cabeça.
O policial, conhecido como Tito foi preso de manhã, após ter prestado depoimento na 32ªDP (Taquara).
Os agentes da corregedoria da PM, ao tomarem ciência do acontecimento, foram até o local na Rua Mandina e convocaram a vítima para prestar depoimento a respeito das agressões sofridas na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). A Mulher, mesmo ainda assustada, aceitou com a condição de que não ficasse frente a Tito.
O depoimento da vítima
A mulher relatou aos policiais em seu depoimento que a esposa do policial ligou para a lanchonete para reclamar que o pedido foi enviado errado, a atendente tentou explicar para ela que o pedido estava certo e que o sanduíche pedido levava determinado molho mesmo.
A mulher do policial que estaria repetindo para ele o conteúdo das respostas, foi substituída por ele na ligação e ele começou a ofender a funcionária da lanchonete e exigido que lhe fosse entregue outro sanduíche, o que deu início a uma discussão. A funcionária disse ao policial que não iria enviar outro sanduíche pois ele a agrediu de forma verbal. Mesmo com a continuidade dos xingamentos, a mulher pediu que o motoboy levasse outro sanduíche à casa dele, localizada no Recreio, mas o policial apareceu na lanchonete, armado, antes que o sanduíche fosse entregue em sua casa. Ao chegar a lanchonete o policial questionou de forma ofensiva quem o atendeu ao telefone, e se encaminhou em direção da vítima e agrediu com tapas no rosto, e prosseguiu com as agressões.
A vítima foi levada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Antes que as agressões tivessem inicio, o PM chegou a lanchonete se dizendo delegado, e proferiu ameaças contra mais dois funcionários. O policial ao perceber que o local tinha câmeras de segurança ameaçou todos os funcionários da lanchonete caso as imagens fossem divulgadas.
O policial que inicialmente teve prisão decretada como administrativa na 2ª DPJM e posteriormente transformada em prisão preventiva após o depoimento prestado na 32ª DP da Polícia Civil foi indiciado por lesão corporal, injúria, ameaça e crime de falsa identidade.