Uma testemunha relatou ao portla G1 que ouviu pessoas gritando por socorro no momento da queda da ponte do complexo da Alça Viária, localizada no Pará. A testemunha é Adriana Lameira, que está grávida e tem residência próxima ao rio Moju. Ela ainda relata que chegou a ver parte da ponte caindo dentro do rio. A estrutura fazia a conexão entre Belém e as cidades localizadas no nordeste do estado do Pará.

A mulher relata ter comentado com o esposo que achava que um veículo havia caído no rio, pois, ao sair de casa, ela viu o farol de um carro na ponte e, também, um caminhão que quase caiu.

Segundo o marido de Adriana, o barulho gerado pelo acidente foi o que mais chamou a atenção. O homem relata que o acidente parecia um “efeito dominó”, com eventos acontecendo em sequência e que o barulho da queda da ponte foi muito alto.

Conforme conta Adriana, não é incomum ver balsas passarem batendo na estrutura da ponte. Segundo ela, a sinalização da estrutura não tem muito efeito prático, pois balsas batem nos pilares de sustentação tanto durante o dia como durante a noite. Segundo a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), a balsa que bateu em um dos pilares da ponte do complexo da Alça Viária estava em situação irregular.

Os responsáveis pelo resgate de cinco pessoas envolvidas no acidente foram os ribeirinhos do local.

As vítimas não estavam feridas e prestaram depoimento à Polícia Civil. Juntamente com os tripulantes resgatados, três vigias responsáveis por uma obra de reparos da ponte foram prestar esclarecimentos à polícia, pois estavam presentes no momento do acidente.

Em função da forte correnteza da região, as buscas por outras vítimas da tragédia foram pausadas no início da noite de sábado.

No entanto, tinham previsão de serem retomadas neste domingo (7). Segundo o comandante dos Bombeiros, em entrevista à Rede Globo, não há visibilidade para executar o resgate. Além disso, a profundidade do rio é grande e a extensão da correnteza gera dificuldades aos mergulhadores.

Danos na estrutura da Alça Viária desde janeiro

Em janeiro deste ano uma vistoria constatou que alguns pilares e algumas estacas que sustentavam a estrutura da ponte estavam desgastadas e corroídas. Entretanto, foi informado que não havia nenhum risco de que a ponte desabasse e os automóveis continuaram a trafegar normalmente pela estrutura.

Na época, o governador declarou que havia solicitado liberação de recursos para que reparos de caráter emergencial fossem realizados. O governo do estado também chegou a divulgar uma série de medidas que seriam tomadas em relação à estrutura da ponte.

A alça viária já sofreu o desabamento de uma outra ponte no ano de 2014. Uma embarcação de petróleo colidiu com um dos pilares de sustentação e levou ao acidente, destruindo aproximadamente cinquenta metros de extensão da estrutura.