Rennan da Penha, conhecido como DJ Rennan, do Baile da Gaiola, entregou-se à polícia na tarde da última quarta-feira (24). Ele se apresentou à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) e foi encaminhado para a 37ª DP (localizada na Ilha do Governador).

Rennan era considerado foragido da Justiça desde o começo de abril, quando ocorreu a sua condenação por associação com o tráfico de drogas, cuja pena poderia oscilar entre seis e oito meses a serem cumpridos em regime fechado.

A defesa de Rennan entrou em contato com os servidores de Seap para que eles intermediassem a entrega do foragido.

No final do mês de março, pouco antes da prisão de Rennan, o programa "Fantástico", da Rede Globo, levou ao ar uma reportagem cujas imagens mostravam o DJ cumprimentando traficantes.

'Me acusam de olheiro'

Nessa quarta-feira, já na delegacia, DJ Rennan falou a respeito do seu contato com os moradores da Penha. De acordo com ele, acusam-no de ser olheiro e fornecer informações aos traficantes a respeito da localização da Polícia na comunidade em que vive.

Entretanto, o DJ assegura que isso se trata de um mal entendido, uma vez que todo mundo se comunica na comunidade em períodos nos quais ela passa por operações policiais. Os moradores locais se avisam do que está acontecendo em situações como essa e, de acordo com Rennan, esses avisos foram entendidos como associação com o tráfico.

Além de Rennan, mais dez pessoas envolvidas de alguma forma com o Baile da Gaiola tiveram mandados de prisão expedidos. Atualmente, o baile realizado na Vila do Cruzeiro é considerado o maior da capital carioca.

A versão da polícia

De acordo com os investigadores envolvidos no caso, Rennan atuava há cinco anos como olheiro para os traficantes de Vila Cruzeiro, avisando sempre que a polícia estava presente na região supracitada.

Para corroborar as afirmações da polícia, uma testemunha no processo apontou DJ Rennan como o “DJ dos bandidos” e destacou que ele é responsável pelo comando de bailes funks proibidos em comunidades do Comando Vermelho. De acordo com a testemunha, isso servia para atrair mais gente e vender mais.

Na ocasião em que se entregou à polícia, Rennan relatou que não conseguia mais ficar foragido e sem trabalhar.

Dessa forma, ele considerou melhor se apresentar à polícia e cumprir a pena.

A condenação do DJ Rennan foi mal vista entre movimentos sociais e algumas instituições, a exemplo das quais se pode citar a OAB. As pessoas contrárias à prisão do DJ percebem o caso como uma tentativa de criminalizar o funk.